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Moradores querem processar construtora e CDHU
Apartamentos no Jardim Eugênio Mendes Lopes têm infiltrações, vazamentos, rachaduras e fissuras nas paredes
Problemas estruturais de apartamentos populares entregues em novembro do ano passado serão levados à Justiça por moradores do Jardim Eugênio Mendes Lopes.
As famílias, que se mudaram para o Empreendimento Ribeirão Preto J1, acionarão judicialmente a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e a construtora Menin.
No total, são 186 famílias pertencentes à última etapa de retirada dos moradores da região do Jardim Aeroporto.
A reportagem esteve no local na manhã de ontem e constatou, entre outros problemas, a existência de infiltrações em paredes, rachaduras e fissuras no entorno de portas e janelas.
Em nota, a CDHU informou que todos os reparos deverão ser concluídos em 20 dias.
A dona de casa Alessandra de Oliveira da Silva, 27, disse que se assustou quando o teto do banheiro foi aberto por causa de infiltração.
A Folha constatou o mesmo problema em outros apartamentos.
Ela reclamou também do vaso sanitário solto. "Quando nos mudamos, já estava assim e até agora, ninguém resolveu", afirmou.
No geral, os moradores relataram problemas nos banheiros. O músico Rudah Felipe, 30, disse que o apartamento cheira esgoto, saindo do banheiro.
Já a cozinheira Cynthia Cardoso, 41, teme pela segurança da família: a chave da porta do apartamento do vizinho abre também a porta da sua sala.
"Imagina quantos apartamentos têm a mesma chave e a gente não sabe", disse.
Os problemas foram relatados pelos moradores em abaixo-assinado entregue ao CDHU no dia 13 de dezembro do ano passado.
"[Os problemas] vão desde vazamento de água e esgoto, postes que dão choque, valas que não têm caída adequada, retendo água e formando criadouros do mosquito da dengue", segundo parte do documento.
De acordo com a advogada Raquel Montero, a demanda será encaminhada ao Ministério Público.
Ela afirmou ainda que a Prefeitura de Ribeirão também deverá ser acionada, caso não apresente soluções para a falta de equipamentos sociais no bairro.
As famílias afirmam que têm dificuldades para matricular as crianças nas escolas da região e que o posto de saúde não consegue atender a demanda de moradores.
Entretanto, Raquel disse que irá aguardar uma posição da administração municipal na próxima terça-feira, quando deverá acontecer uma manifestação por mais moradias em frente ao Palácio Rio Branco.