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Imóveis recentes entram na mira para tombamento
Nova gestão do Conppac quer preservar imóveis das décadas de 1950 e 1960
Conselho é presidido desde 1º de janeiro por Cláudia Morroni; bens imateriais como festas também estão no foco
Preservar imóveis mais recentes, principalmente das décadas de 1950 e 1960, e bens imateriais como eventos e festas, são os objetivos do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural) de Ribeirão Preto para os próximos três anos.
O período é o mesmo da gestão da nova diretoria da instituição, presidida desde o dia 1º de janeiro pela advogada Cláudia Morroni.
Em entrevista à Folha, a nova presidente disse que, agora, é hora de priorizar a proteção e preservação de edificações "mais novas". Segundo ela, esses imóveis já possuem importância histórica arquitetônica.
Cláudia afirma que o conselho não atua apenas no tombamento de imóveis referentes ao período de ouro do café, nos anos 1910 e 1920, em Ribeirão Preto.
"Há outros estilos depois disso, como construções mais modernas, com características mais quadradas, que representam um avanço arquitetônico", diz.
Ela afirma que o conselho "não precisa mais correr atrás" desses bens mais antigos, que poderiam estar em risco, porque a entidade já teve uma atuação importante nessa questão.
"Depois que os imóveis dessa época, que sofriam algum tipo de risco foram tombados, os trabalhos caminham para preservar a história mais recente."
IMÓVEIS MAIS NOVOS
O arquiteto Cláudio Henrique Bauso, membro do Conppac, diz que o órgão já identificou algumas construções modernistas mais recentes, importantes à preservação.
Elas podem se tornar alvos de proteção. Dois exemplos são o edifício Ida (residencial) e a agência do banco Itaú, localizados na rua Duque de Caxias, no centro da cidade.
"Existe, de fato, um conjunto de bens da cidade que tem um importante significado arquitetônico e paisagístico. São construções das décadas de 1950 e 1960, por exemplo, com características mais modernas, pensadas sob medida, e que precisam ser protegidas", diz.
Ele afirma também que o trabalho do conselho, a ampla divulgação da imprensa sobre a importância de se preservar imóveis históricos --sobretudo construídos nas décadas de 1910 e 1920-- e a atuação do Ministério Público permitiram à cidade identificar e preservar aquilo que corria risco em Ribeirão.
"Agora, é partir para novos tombamentos, novas proteções de construções. Mas não é fazer isso de forma aleatória, sem estudo. Deve haver um embasamento, um estudo completo para todo o processo", afirma Bauso.