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Ribeirão

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Para concorrer com asiático, Franca aposta em venda direta aos clientes

Em cinco anos, o número de lojas próprias passou de 10 para 70 no polo calçadista da região

Vietnã, Indonésia e China respondem por 83% dos 39,1 milhões de pares importados pelo país em 2013

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Com a dificuldade para concorrer com os sapatos fabricados em países asiáticos, indústrias de Franca mudaram o foco e passaram a investir na venda direta aos consumidores. Sessenta lojas de fábrica surgiram na cidade nos últimos cinco anos.

Das 467 fabricantes de calçados do polo calçadista de Franca, 70 já têm loja própria, o que representa um avanço em relação às dez existentes há cinco anos, segundo levantamento feito pelo Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca).

A mudança ocorreu, segundo a gerente de negócios do sindicato, Ana Teresa Arruda Rocha, porque as empresas perceberam nos últimos anos a necessidade de se aproximar do consumidor para não perder mercado.

"A moda é diferente de antes. As empresas faziam duas coleções, uma de verão e outra de inverno, mas hoje chegam a fazer seis", afirmou.

Nos últimos oito anos, o número de pares importados pelo Brasil mais do que triplicou, ampliando, consequentemente, a concorrência com os fabricantes nacionais.

Em 2006, o país importou 18,5 milhões de pares e, em 2013, 39,1 milhões. Vietnã, Indonésia e China são responsáveis por 83% do total, segundo o sindicato.

Diante dessa concorrência asiática, a empresa francana Free Way, por exemplo, passou por uma reestruturação.

"O homem está cada vez mais exigente com o que veste e ele não abre mão do conforto em prol do visual", disse Caio Capobianco, responsável pela expansão de varejo da empresa.

No final de 2011, a empresa abriu uma loja de fábrica para se aproximar de seu consumidor final.

As vendas de mil pares de sapatos por mês na unidade são inexpressivas perto da produção diária, de 8.000, mas as vantagens, segundo Capobianco, vão muito além da simples contabilidade.

A empresa descobriu que a loja de fábrica é uma espécie de laboratório de teste dos produtos. "Temos o retorno direto dos clientes. Avaliamos com maior precisão o preço, se faltam melhorias e quais as cores mais aceitas. Quando se vende só para o atacado, não dá para perceber e cometemos erros."

De acordo com a gerente do Sindifranca, o mercado de lojas próprias é promissor também porque as pessoas não compram somente "dois pares de sapatos por ano".

"O brasileiro está mais exigente com a qualidade do que compra", afirmou a gerente.


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