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USP deixa equipe que atua na identificação das ossadas de Perus

Peritos de Ribeirão Preto discordam do método usado para realização de perícias

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma equipe de peritos em antropologia forense da USP Ribeirão Preto decidiu abandonar o grupo criado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos para identificar as ossadas encontradas na vala clandestina do cemitério Dom Bosco, em Perus, em São Paulo.

Os restos mortais foram encontrados em 1990. Das 1.049 ossadas, restam 1.028 a serem analisadas para descobrir se são de desaparecidos da época da ditadura (1964-1985).

O professor de medicina legal da USP, Marco Aurélio Guimarães, disse que o grupo tomou a decisão por discordar da metodologia proposta para perícias e por não ter sido incluído no processo de definição deste método.

Segundo ele, o cronograma da Secretaria Nacional de Direitos Humanos diz que a lavagem dos ossos deverá ocorrer no mesmo período dos exames periciais. Para ele, lavar os ossos antes de coletar material pode inviabilizar o exame de DNA --a água destrói células ósseas.

O cronograma, ainda segundo Guimarães, não aponta quando serão feitas as perícias para analisar a existência de lesões nos ossos, que podem ajudar a determinar a identidade ou a causa da morte, nem as de odontologia forense (identificação por meio da arcada dentária).

O assessor da Secretaria de Direitos Humanos, Gilles Gomes, disse que o método das perícias ainda não foi definido e que, portanto, não há nada que sustente a preocupação do grupo da USP.

"Vamos definir com os profissionais quais serão os melhores processos [periciais] para esse caso." Segundo Gomes, o cronograma citado por Guimarães é só uma proposta que ainda deve ser confirmada a partir da colaboração de outras instituições e que técnicas de patologia (análise de lesões) e odontologia forense serão utilizadas.

A Secretaria Nacional de Direitos Humanos espera que o protocolo com a definição dos procedimentos esteja pronto na primeira quinzena de março. Após a definição, será submetido à aprovação das entidades.

Peritos internacionais também foram convidados a participar da identificação. José Baraybar, diretor da Epaf (Equipe Peruana de Antropologia Forense), disse que a lavagem das ossadas não prejudica a análise do material genético, pois são usadas partes internas de dentes ou ossos para extração do DNA.


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