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Ribeirão

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Filosofia da cerveja

Mulheres criam 1ª confraria feminina de Ribeirão, regada a debates históricos

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Que as mulheres estão assumindo postos que já foram considerados tipicamente masculinos não é segredo. Agora, elas estão também alcançando o de cervejeiras e criaram a primeira confraria feminina em Ribeirão Preto.

Batizada de Sophia, a confraria reúne 14 mulheres que se dizem apaixonadas por cerveja artesanal, cujo mercado coloca a região em destaque no cenário nacional. São 38 rótulos produzidos em quatro fábricas.

Com estatuto próprio e seguindo regras --como a exigência da presença assídua nas reuniões mensais e o pagamento da mensalidade, de R$ 60 --, a intenção é que cada vez mais mulheres integrem a confraria, quebrando a crença de que cerveja é só para homens.

"Existe um preconceito sobre mulher gostar de cerveja", disse Taiga Cazarine, 27, uma das fundadoras.

Ela é sócio-proprietária de uma loja de cervejas artesanais, onde o grupo se reúne.

"Filosofamos sobre o tema, por isso o nome Sophia", afirmou ela, em referência ao livro filosófico "O Mundo de Sofia", de Jostein Gaarden.

Ela e a sócia, Joice Buzatto, 28, inauguraram em dezembro a primeira empresa do ramo na cidade a ter à frente apenas mulheres.

A cada encontro, elas experimentam cinco cervejas diferentes e estudam sobre uma escola específica --a próxima será a alemã.

Na confraria, as mulheres aprendem e ensinam sobre o universo da bebida e descobrem sabores e aromas. O lema delas é "beba menos, beba melhor".

A temperatura da bebida também é motivo de estudo das participantes do grupo ribeirão-pretano. Cada estilo de cerveja deve ser servido de uma forma. As especiais vão de 6°C a 13°C.

A arte de degustar a bebida, em seus inúmeros sabores foi o que chamou a atenção da consultora Patrícia Castro, 37, para o universo da cerveja artesanal.

PRECONCEITO

A confraria também disse combater o que considera preconceito contra mulheres que apreciam a bebida --e elas dizem que, embora Ribeirão seja conhecida como a capital do chope, a "hostilidade" existe.

"É uma sociedade ainda machista", disse Helen Bianca Barbarini, 23, estudante.

O empresário Marcelo Carneiro da Rocha, fundador da Cervejaria Colorado, faz uma alusão ao interesse da mulher a uma retomada histórica de papel. "A fabricação de cerveja era uma tarefa feminina. No Egito antigo, elas é que entendiam do assunto."


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