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Ribeirão

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Mesmo após tombamento, patrimônios correm riscos

Sujos ou sem conservação, bens históricos sofrem ainda pressão imobiliária

Locais, que poderiam guardar parte da história, se tornaram abrigo de moradores de rua e usuários de drogas

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Sujeira, falta de manutenção e a pressão do mercado imobiliário colocam em risco prédios e bens que contam a história de cidades da região de Ribeirão. Mesmo seu tombamento, que impede a alteração de características arquitetônicas, não garante a conservação dos imóveis.

É o caso do edifício Diederichsen, primeiro prédio de Ribeirão, de 1936. Tombado pelo município e pelo Estado, acumula problemas.

São degraus e corrimãos quebrados, portas pichadas, pinturas descascando e problemas na fiação elétrica e no encanamento. "Gosto muito do prédio, mas já levei muitos sustos", disse a costureira Marilda de Carvalho, 55. "No ano passado, uma janela caiu para o lado de fora e quase acertou um pedestre."

Ela aluga há dez anos uma das 118 salas comerciais, que ficam no primeiro e segundo andares. No terceiro e quarto há 64 apartamentos. O prédio tem 4.000 m².

O Diederichsen foi herdado pela Santa Casa, responsável por mantê-lo e que vê o tombamento como ônus.

"Estamos impedidos de fazer manutenção, reparo ou até lavar a fachada sem aprovação", disse Antonio Carlos Colla, advogado do hospital.

Um dos objetivos da nova gestão do Conppac (conselho de preservação) é acelerar a resposta aos donos para as alterações nos prédios.

Outros bens tombados, em vez de guardar parte da história, se tornaram abrigos de moradores de rua, usuários de drogas e animais. É o caso do casarão Jorge Lobato, na esquina das ruas Álvares Cabral e Florêncio de Abreu.

A mesma situação ocorre no Solar Villa Lobos, casarão de 1890 da avenida Caramuru, e o casarão Camilo de Mattos, na Duque de Caxias. A prefeitura negocia trocar o último por um terreno.

Em São Carlos, um casarão tombado do início do século 20 na avenida Nove de Julho foi demolido em fevereiro sem autorização da Fundação Pró-Memória. "O dono fez vários pedidos de alterações, todos negados. Um dia ele demoliu, sem autorização", disse Luis Carlos Triques, diretor da fundação.

O proprietário alegou que pedreiros fariam só uma intervenção e erraram. O caso foi levado à Promotoria e o dono, multado em R$ 50 mil.

Arquiteto da fundação, Rodrigo Santiago disse que é preciso fiscalizar e investir em educação. "Acham o tombamento prejudicial. Preferem derrubar um casarão e fazer um estacionamento."


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