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Ribeirão

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Igreja e 40 casas têm risco em Araraquara

Usina quer demolir colônia que abriga boias-frias e local religioso para ampliar a sua lavoura de cana-de-açúcar

Órgão de preservação disse analisar o caso; legislação não impede que o bem seja alterado durante o estudo

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Moradores de Araraquara correm contra o tempo para tentar o tombamento de uma fazenda centenária no distrito de Bueno de Andrada.

A fazenda Periquito pertence à Usina Santa Cruz e, por mais de 30 anos, abrigou cerca de 40 famílias que trabalhavam nos canaviais.

Com a mecanização da colheita da cana-de-açúcar, os funcionários foram dispensados e realocados em outras funções. Após a retirada das famílias, a usina pretende demolir as 40 casas e uma igreja com mais de cem anos.

"As casas foram construídas pela usina há 30 anos", contou o filósofo Rogério Tampellini, que encaminhou o pedido de análise para tombamento da fazenda.

"Mas a igreja Santa Angela já estava lá: tem mais de cem anos", disse o arquiteto e urbanista Cláudio Bauso. "Ela representa o nascimento de Araraquara, os anos de prosperidade da ferrovia que passava pelo distrito."

A catequista Silvia Mara Motta, 42, é uma das moradoras que terá de deixar a fazenda. Ela dava aulas de catequese na igreja e afirmou lamentar a demolição.

"Tenho dó de pensar na destruição da igreja, ela é parte da vida de muita gente", afirmou a catequista. "Algumas pessoas se batizaram e se casaram aqui."

DEMOLIÇÃO DE IGREJA

A Usina Santa Cruz informou que, depois de retirar as famílias da colônia, irá demolir as casas e a igreja. No local, pretende recuperar o solo para ampliar a sua plantação de cana-de-açúcar.

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo setor sucroenergético na região é justamente conseguir terras para plantar. São cada vez mais raras. E caras.

Renato Haddad, secretário da Cultura de Araraquara e presidente do Compphara (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de Araraquara), disse que analisa o tombamento.

No entanto afirmou não haver previsão para a análise e a legislação municipal não impede que o bem seja alterado durante o estudo.

PROVISORIAMENTE

Em Ribeirão Preto, o Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural) tombou provisoriamente dois casarões na região central da cidade.

Mesmo sendo por enquanto provisório, os proprietários ficam impedidos de fazer alterações sem autorização.

Ainda não há informações sobre os imóveis, localizados nas ruas Álvares Cabral e Prudente de Morais, mas o tombamento foi feito para evitar alterações e a demolição.

"Na mesma região já tivemos demolições de prédios importantes que não eram tombados", disse Bauso. "Por isso é importante que eles sejam protegidos."


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