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Prisões e greve agravam lotação em cadeias
Número de presos já ultrapassa 66% da capacidade nas unidades da região de Ribeirão e situação pode piorar
Paralisação dos agentes penitenciários impediu a transferência dos suspeitos de crimes no final de semana
A lotação nas cadeias públicas da região de Ribeirão Preto se agravou no final de semana sem a transferência dos presos para as penitenciárias por causa da greve dos agentes prisionais.
De acordo com levantamento da Folha feito a partir das informações policiais, a lotação ultrapassou em 66% a capacidade em quatro cadeias da região: São Carlos, Batatais, Severínia e Santa Rosa de Viterbo.
Ontem, eram 171 presos. Já na sexta, eram 150. Juntas, as cadeias têm capacidade para 103 presos. Caso nenhuma solução seja tomada, a situação pode piorar. Hoje, a greve dos agentes penitenciários entra no oitavo dia.
Segundo os policiais, as cadeias estão abrigando presos que já deveriam estar em CDPs (Centros de Detenção Provisória), onde ficam à espera do julgamento judicial.
A cadeia de Santa Rosa do Viterbo, que tem capacidade para abrigar 36 presos, recebeu 11 detentos no final de semana e até ontem estava com 56, segundo a Polícia Civil.
Em São Carlos, que tem 30 vagas, abrigava 45 ontem. Do total, 18 deles aguardam transferência para o CDP de Araraquara.
"Os presos estão sendo remanejados, mas se a greve não acabar, não sabemos como será. Está ficando tudo lotado", afirmou Célio Antonio Santiago, vice-presidente do Sinpol (Sindicato dos Policias Civis da Região de Ribeirão Preto). Segundo ele, em quatro dias a situação pode se agravar, com riscos.
Segundo o setor de comunicação social da Delegacia Seccional de Ribeirão, as cadeias receberam reforço de policiais por segurança.
O delegado seccional Adolfo Domingos da Silva afirmou que nenhum preso ficará em distrito policial.
Entidades que representam os agentes penitenciários no Estado informaram que, caso não haja acordo com o governo estadual, as visitas aos presos no final de semana serão suspensas.
"Os detentos e os familiares já foram informados", disse João Alfredo de Oliveira, do sindicato dos funcionários prisionais. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, 88 unidades foram afetadas pela greve.