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Foco

Falta de especialistas atrasa conserto de sinos da catedral de Ribeirão Preto

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Há dois meses as badaladas dos sinos da Catedral de São Sebastião, em Ribeirão Preto, não tocam com a mesma intensidade de antes. Os motores de dois dos três instrumentos, tocados mecanicamente, quebraram, e a quase extinção da profissão de sineiro atrasou o conserto.

A igreja tem pressa em consertá-los para o Sábado de Aleluia, celebrado neste ano no dia 19 de abril.

O padre Francisco Jaber, responsável pela catedral, afirma que o sineiro mais próximo fica em Uberaba (MG). Com o excesso de serviço, o especialista não teve tempo para consertar os sinos da catedral de Ribeirão.

Apenas o maior sino, de cerca de 500 quilos, está funcionando. Os três instrumentos são feitos em bronze e foram instalados na igreja em 1920. Eles são tombados pelo Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural) de Ribeirão.

"Os sinos são originais. A única alteração que fizemos foi a automação, porque antes eram tocados por cordas", afirmou o padre.

Com a falta de disponibilidade do sineiro de Uberaba, a catedral vai consertar os sinos com um relojoeiro de São Simão. "É um serviço simples", diz o religioso.

A previsão é que sejam consertados em até 15 dias.

De acordo com o padre, a preocupação da catedral é que os sinos estejam funcionando até o dia 19 de abril. No Sábado de Aleluia, tocar os sinos em comemoração à ressurreição de Cristo faz parte da tradição católica.

"Antigamente, a missa ocorria à 0h. Por conta da pastoral urbana e da violência das grandes cidades, adiantamos a missa para as 20h e, ao final, tocamos os sinos", afirmou o padre.

José William Souza Silva, um dos donos da empresa de confecção e automação de sinos de Uberaba, disse que a desvalorização da profissão contribuiu para a sua quase extinção. Há, ainda, a preferência de algumas igrejas por sinos artificiais.

"Nossa profissão é uma arte. Cada sino demora de 35 a 40 dias para ficar pronto. Para baratear e agilizar, alguns padres têm preferido os sinos artificiais, com sons gravados", disse Silva. Os sinos são vendidos por quilo, que custa, em média, R$ 100.


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