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Ribeirão

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Profissional do sexo fica exposta, diz polícia

Delegada avalia que violência ocorre pela vulnerabilidade da profissão, que atrai criminosos nas ruas da cidade

Em serviço do HC, total de prostitutas vítimas de violência sexual não chega a 10% do número de pessoas atendidas

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

A violência sofrida pelas garotas de programa em Ribeirão Preto ocorre, em geral, pela vulnerabilidade à qual estão submetidas nas ruas da cidade. A avaliação é da delegada Luciana Camargo Renesto, da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).

De acordo com ela, o fato de, muitas vezes, as prostitutas ficarem sozinhas faz com que sejam vítimas da violência. "Elas sofrem muitos roubos e furtos porque ficam sozinhas nas ruas, em locais de fácil acesso. É uma profissão historicamente insegura", disse a delegada.

Segundo ela, é difícil oferecer proteção para as prostitutas devido às características da profissão. "A exposição atrai criminosos, mas ao mesmo tempo se não se exporem elas não realizam os programas."

Já a Polícia Militar informou, por meio de uma nota, que realiza policiamento em todas as áreas da cidade com a finalidade de aumentar a sensação de segurança dos moradores de Ribeirão.

Questionada pela Folha se há policiamento específico ou reforçado nas áreas conhecidas como pontos de prostituição --principalmente as avenidas Brasil e Nove de Julho e a região da Baixada--, a polícia informou apenas que o patrulhamento é feito "diuturnamente".

SEM DENÚNCIAS

Segundo Regina Brito, diretora do Seavidas (Serviço de Estudo e Atenção à Violência Doméstica e Abuso Sexual), o órgão tem baixa procura de garotas de programa.

Porém, isso não ocorre porque elas não sofram violência, mas por falta de denúncias.

O serviço, oferecido pelo HC (Hospital das Clínicas) da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, atende mais de 300 pessoas vítimas de violência sexual por mês. Menos de 10% das pessoas atendidas são garotas de programas.

"Não é porque elas são menos violentadas, mas porque há muito preconceito. Há pessoas que acham que, por serem prostitutas, elas não são estupradas", disse Regina.

As próprias prostitutas têm receio e evitam procurar apoios médico e psicológico.

Para a diretora do serviço, o medo e o preconceito escondem a violência sofrida por elas. "Infelizmente, prostitutas e travestis convivem com violência diariamente. Estão acostumadas e têm dificuldade em pedir ajuda", disse.


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