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Cidades do interior de SP programam racionar água
Ao menos quatro cidades afirmam que vão controlar abastecimento
Estiagem recorde neste ano prejudica o nível de rios e reservatórios; em Tambaú, racionamento inicia em uma semana
As chuvas esperadas nas últimas semanas não apareceram e, por isso, ao menos quatro municípios do interior de São Paulo já estão com racionamento marcado em seus calendários.
A medida deve ser adotada mais cedo em Tambaú. A previsão é que as torneiras serão controladas pelo departamento de água e esgoto já a partir da próxima semana.
Santa Rita do Passa Quatro, Casa Branca e Bebedouro são as outras cidades que também adotarão o método em breve, caso não chova mais que a média histórica nos próximos meses. Não há previsão de que isso ocorra.
Essas cidades são abastecidas prioritariamente por rios e foram afetadas drasticamente pela estiagem que marcou o verão deste ano.
Em média, os quatro municípios deveriam ter recebido 609 milímetros de chuva nos três primeiros meses do ano, de acordo com o Cepagri, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
No entanto choveu apenas um terço do esperado, o que fez com que o nível dos rios e reservatórios baixasse.
Em Tambaú, onde a situação é mais preocupante, o Demaet (Departamento Municipal de Água e Esgoto de Tambaú) dividiu a cidade em duas partes. "Metade da cidade vai ficar sem água em um dia, e a outra metade, no outro", disse diretor do departamento, Claudenir Sachetto.
Segundo ele, o racionamento é a única medida a curto prazo que o município poderá adotar para evitar piora no abastecimento.
Em 15 dias, Santa Rita do Passa Quatro vai racionar água pela segunda vez neste ano. Segundo o diretor do departamento de obras e infraestrutura local, João Alex Baldovinotti, a represa da cidade está com o nível abaixo da média e não há a possibilidade de bombear água de poços.
"Nosso reservatório está se mantendo, por enquanto, por milagre", disse, por sua vez, o engenheiro responsável pelo departamento de água e esgoto de Casa Branca, Luiz Carlos Fernandes Bueno.
Para manter o abastecimento, o órgão passou a bombear água de um açude, não usado antes. Para Bueno, a situação é sustentável por dois meses. "Se não chover consideravelmente até lá, vamos precisar racionar."
Bebedouro perfurou um novo poço e reativou outros para tentar evitar o desabastecimento. No entanto a medida não deve ser o suficiente para o inverno --período mais seco do ano.
No início do ano, sete cidades da região de Ribeirão --Altinópolis, Batatais, Bebedouro, Cravinhos, Pitangueiras, Santa Rita e Serrana-- racionaram água, atingindo cerca de 300 mil habitantes. Desde então, a situação hídrica não melhorou.