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USP começa debates para decidir estatuto

Propostas incluem mecanismos para evitar que atual crise financeira volte a se repetir

REINALDO JOSÉ LOPES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neste mês, a USP inicia os debates públicos sobre a nova versão do seu estatuto, documento que funciona como uma espécie de "constituição" da universidade.

Segundo o chefe da comissão que coordena essa fase do processo, muitas das ideias recolhidas até agora propõem mecanismos para evitar que a atual crise financeira da USP se repita.

"Isso não teria ocorrido um ano ou seis meses atrás. É uma resposta circunstancial, mas muito importante", diz Carlos Alberto Ferreira Martins, diretor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos e presidente da comissão que coordena debates sobre o estatuto.

A USP tem gastado mais do que arrecada desde 2011 --seu orçamento ficou comprometido quase totalmente com a folha de pagamento. A situação levou o reitor, Marco Antonio Zago, a anunciar medidas de controle, como congelamento de contratações.

Segundo Martins, entre as propostas enviadas por membros de órgãos da USP estão a possibilidade da criar uma controladoria ou a atribuição de mais poderes de fiscalização. A eleição de representantes para esses órgãos, bem como o processo de eleição do próprio reitor, também têm sido objeto de sugestões.

Martins diz que parece estar se formando consenso em torno da ideia de dar mais voz a alunos e servidores nesses órgãos e na eleição do reitor, áreas nas quais o poder hoje está fortemente concentrado nas mãos de docentes.

Por outro lado, "a universidade goza de autonomia, mas autonomia não é soberania". A alteração do estatuto, por si só, não acabaria com a lista tríplice de candidatos a reitor, a partir da qual o governador do Estado define o titular --o sistema obedece à legislação estadual.

Outro tema que tem surgido com frequência, segundo ele, envolve reflexão sobre a missão da universidade, com a possibilidade de repensar o que poderia ser visto como um foco excessivo na pesquisa, em detrimento do ensino.

Além de quatro reuniões do Conselho Universitário voltadas especificamente para o tema do novo estatuto, haverá debates neste mês em todos os campi da USP.

Para o britânico Phil Baty, do ranking internacional de universidades THE, um dos mais importantes do mundo, uma nova ênfase da USP no ensino não necessariamente afetaria seu status internacional, "desde que não aconteça às custas de seu apoio à pesquisa e de seu envolvimento constante nessa área".

"Acreditamos que um ambiente de ensino estimulado pela pesquisa é o melhor, porque os alunos são estimulados pelos professores a lidar com a fronteira do conhecimento", disse.


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