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Depois das crianças, mulheres são tema de debates na Feira do Livro
DE RIBEIRÃO PRETODepois de debater as condições das crianças no Brasil, a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto realiza neste sábado (17) discussões sobre os direitos da mulher.
O evento terá um Salão de Ideias com a filósofa Márcia Tiburi (10h30), a militante política Clara Charf (18h30) e uma mesa de debates com participação da jornalista Ana Paula Padrão (16h). Todos serão no Pedro 2º.
O primeiro dia de debates teve uma discussão variada dentro do tema proposto, com orientação para as crianças e discussão sobre a qualidade do ensino no Brasil.
O escritor Pedro Bandeira fez o primeiro Salão de Ideias da feira e deixou de lado o formato proposto pela organização do evento --em que um mediador coordena a apresentação do convidado.
Num tom de conversa de "avô para netos", despertou a atenção das crianças com suas "receitas de felicidade".
Ele disse viver para ensinar crianças --e, pacientemente, respondeu a todas as 78 perguntas feitas pelos alunos.
"O que diria para quem quer ser escritor?", perguntou uma aluna, de 12 anos. "Você vai ser", respondeu.
Segundo Bandeira, o saber é a única riqueza possível de ser conquistada e o acesso ao conhecimento é a chave para um futuro melhor. E, entre as estradas que podem ser percorridas, o da literatura, para ele, é a mais "gostosa".
O romancista Paulo Lins, autor do livro "Cidade de Deus", que deu origem ao premiado filme, criticou a má qualidade do ensino no país.
"Até os anos 30, existiam escolas públicas, mas eram só para brancos. Quando ela se universalizou e passou a atender a massa pobre, perdeu qualidade", disse.
Para ele, a falta de qualidade e desvalorização do professor são as causas da violência nas escolas e do baixo interesse dos alunos.