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Ribeirão

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Nº de multas cresce 296% em Ribeirão

Reclamações de barulho geraram 111 notificações da prefeitura no ano passado; médico alerta sobre problemas

Moradores relatam estresse e esgotamento por causa do barulho; em casos extremos, pode elevar a pressão

DE RIBEIRÃO PRETO

Em cinco anos, o número de multas aplicadas a estabelecimentos de Ribeirão Preto por causa do excesso de barulho aumentou 296,4%, de acordo com dados da Fiscalização-Geral da prefeitura.

Enquanto em 2009 foram aplicadas 28 multas, no ano passado foram 111.

Em 2014, até a última sexta-feira (6), foram 58. As reclamações também atingem bairros periféricos, como o Parque Ribeirão, na zona leste do município.

"O problema não são só os bares. Há reclamações de pessoas que ficam ouvindo músicas em carros ou conversam alto na rua", afirmou Eurípedes Ignácio dos Reis, presidente da Fabarp (Federação das Associações de Bairro de Ribeirão Preto).

A aposentada Marlene Gonçalves de Carvalho, 73, diz que, além do som da música do Trip Bar e Gastronomia, no Jardim Irajá, há o barulho provocado pelas conversas dos clientes.

"Já perdi a conta de quantas vezes chorei. Não dá para se acostumar."

O apartamento dela fica ao lado do estabelecimento.

A dona de casa Diva Ferreira, 66, mora na rua Chile há 30 anos e diz que, se pudesse, mudaria do local.

"Além do barulho, há o problema no trânsito. As pessoas estacionam os carros em frente às garagens."

Já o representante comercial Armando Souza Faria, 43, afirma que o barulho provocado por dois bares próximos --Barcelusa e Bar do Sócio-- o faz repensar sobre sua permanência no Irajá.

"Mudei para cá porque eu queria tranquilidade", disse. Segundo ele, o maior problema está na música ao vivo do segundo bar.

SAÚDE

A exposição constante ao ruído, principalmente à noite, pode ser prejudicial à saúde e acarretar problemas, como estresse e insônia.

O alerta é do otorrinolaringologista Pedro Luiz Mangabeira Albernaz, do Hospital Albert Einstein.

"Este tipo de ruído que vem de bares e restaurantes não causa surdez, mas é desesperador porque é desconfortável e irritante", diz ele.

Por causa do estresse, a exposição à poluição sonora constante também pode provocar aumento da pressão arterial, além do aceleramento dos batimentos cardíacos.

"É psicologicamente terrível. Acredito que falta um melhor planejamento urbano nas cidades, de um modo geral", disse o especialista.

Moradora do bairro Jardim São Luiz, na zona sul de Ribeirão Preto, a professora Ana Paula Jordana Pinto, 43, conta que teve que recorrer à homeopatia para conseguir dormir à noite. Sua experiência durou longos oito meses.

Ela, que mora perto da avenida Portugal, afirma que parou de tomar a medicação porque o bar fechou.

"Eu cheguei num ponto em que estava prestes a sair da minha própria casa, o que é um absurdo, porque moro aqui no bairro há 12 anos", diz a professora.


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