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Ribeirão

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Após um ano, jovem morto é homenageado

Busto de Marcos Delefrate, 18, morto durante manifestação em Ribeirão em junho de 2013, será entregue nesta 4ª

Prefeitura afirmou que imagem demorou para ficar pronta por causa do processo 'habilidoso' de fundição da peça

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Após um ano da morte do estudante Marcos Delefrate, 18, um busto em sua memória será inaugurado na tarde desta quarta-feira (18) na zona sul de Ribeirão Preto.

O jovem morreu no dia 20 de junho de 2013 depois de ter sido atropelado durante uma manifestação que levou 25 mil pessoas às ruas --foi a primeira morte no país durante os protestos de junho.

A homenagem foi prometida pela prefeita Dárcy Vera (PSD) à família do estudante e anunciada à imprensa duas semanas depois da morte.

Delefrate foi atropelado pelo empresário Alexsandro Ichisato de Azevedo, 37. Ele avançou o carro sobre o protesto, que bloqueava o trânsito da avenida. Ichisato está preso desde julho de 2013 no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão.

O busto, de cerca de 60 centímetros de altura e fundido em bronze, será colocado em um canteiro central da avenida Adolfo Bianco Molina, onde ele foi atropelado.

"Mesmo com o busto, a dor da perda do meu filho não amenizará. Não passou até hoje", disse a mãe, Maria Rosenilda Delefrate, 44.

Ela afirmou que fica feliz com a inauguração da homenagem porque "é uma cobrança da população".

O pai do estudante, Paulo Henrique Delefrate, 43, afirmou que a vida do casal mudou após a morte do filho.

"Estamos cansados até de falar sobre isso, é como se a gente remoesse a dor", disse.

A obra foi feita pelo artista plástico Valério Diass, que também é funcionário da Secretaria Municipal de Planejamento. Os custos foram pagos por uma empresa que não quer ter o nome divulgado.

Em nota, a prefeitura afirmou que houve demora por causa do processo de criação e fundição, que "requer habilidade e técnica de modelagem para que as formas se soltem sem danificar a peça".

LENTIDÃO

No âmbito judiciário, o caso está praticamente parado: até o momento, a Justiça não marcou nenhuma audiência.

A defesa do empresário afirmou que deve entrar com pedido de habeas corpus por excesso de prazo. "Ele está abatido, estressado, tomando remédio controlado", disse o advogado José Ricardo Guimarães Filho.

Após atropelar o estudante, o empresário fugiu por medo de ser agredido, disse o advogado. Em entrevista à Folha ano passado, após ter sido preso, Azevedo disse que estava arrependido.

A juíza da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais, Heloísa dos Santos, não foi localizada para falar do caso.


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