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Ribeirão

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Falta de professor deixa alunos sem aulas

Pelo menos 50 salas da rede municipal sofrem com ausência de docentes em disciplinas como matemática e arte

Prefeitura nega a existência do problema, relatado em documento assinado por secretária e diretora em abril

HEITOR MAZZOCO DE RIBEIRÃO PRETO

Ao menos 50 salas de aula da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto estão sem professores desde o começo do ano letivo, em fevereiro.

Faltam docentes para disciplinas como artes, geografia, matemática, história, ciências e física. Os alunos terão de repor aulas.

As informações estão em um documento da prefeitura assinado pela secretária da Educação, Débora Vendramini, e a diretora do Departamento de Educação, Maria Angela da Silva Sordi Marchi, com data de abril.

Não houve professores chamados depois da data, segundo a Aproferp (Associação dos Profissionais da Educação de Ribeirão Preto).

À Folha a administração negou existir salas de aula sem docentes.

As classes sem professores seriam atribuídas para aprovados em concurso de 2013. Segundo o documento, educadores não assumiram porque desistiram de dar aulas em escolas do município.

O número de salas sem professores, no entanto, pode ser maior. Isso porque a escola de ensino fundamental José Rodini Luiz, no Jardim Zara, por exemplo, está sem professor de inglês desde fevereiro. Mas não há registro no documento oficial da Secretaria da Educação.

Há também, segundo a Aproferp, falta de docentes em escolas do Ipiranga, da Vila Virgínia e do Heitor Rigon.

Os dados da Secretaria da Educação apontam ainda que a rede de ensino tem só quatro professores para disciplinas de física e química. Outro dado que chama atenção é o número de docentes afastados --309, dos ensinos infantil, fundamental e médio.

Afastamentos para supervisão, coordenação e licenças --tratamento de saúde, prêmio e maternidade-- atingem outros 177 profissionais.

O número de educadores que deixaram as funções em salas de aula para assumir cargos em comissão é de 132. Eles ocupam funções de direção ou vice-direção.

Leonardo Sacramento, secretário-geral da Aproferp, disse que os alunos com aulas vagas ficam nos pátios das escolas até voltarem às classes. "Entramos com um processo na Justiça para o município ser multado, mas até agora não houve decisão."

A falta de professores prejudica os alunos que, futuramente, disputarão vestibulares concorridos, de acordo com o sociólogo da USP (Universidade de São Paulo) Marcos Cassin.

Ele disse ainda da dificuldades de docentes para planejar o que será feito no ano letivo aos alunos. "Estudantes sairão em desvantagem num Enem, por exemplo. Os professores das séries posteriores subentendem que os estudantes tiveram as noções básicas", afirmou.

Em abril, conselheiros municipais apontaram em relatório que professores tinham más condições de trabalho e crianças com atendimento afetado por falta de estrutura. Em janeiro, a prefeitura admitiu riscos na educação por falta de recursos.


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