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Ribeirão

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Feiras livres de só 3 cidades vendem produtos orgânicos

Em 86 dos 89 municípios da região alimento sem agrotóxico é 'ignorado'

Levantamento feito por instituto aponta que diferença de preço entre supermercado e feira chega a até 400%

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Todos os domingos de manhã, a médica Mariângela Brunaldi, 54, compra verduras orgânicas em uma feira livre de Ribeirão Preto.

Já em Araraquara, a professora de dança Carolina de Camargo, 34, tem de recorrer às prateleiras de supermercados para encontrar verduras e frutas livres de agrotóxicos.

Isso acontece porque, das 89 cidades da região, apenas três têm feiras livres que vendem alimentos orgânicos: Ribeirão, São Carlos e Franca.

Os dados são do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que faz um mapa de feiras orgânicas.

"Agrotóxico é veneno e fica acumulado no organismo. Esta é a principal vantagem de consumir alimentos orgânicos", diz a nutricionista e pesquisadora do Idec Ana Paula Bortoletto.

Um dos problemas da falta destes produtos em feiras livres é que os consumidores pagam mais caro por orgânicos nos supermercados.

Segundo Ana Paula, levantamento feito pelo Idec apontou que a diferença de preços para o mesmo produto chega a ser de 400%.

"A oferta e a qualidade dos produtos na feira é superior à dos supermercados", afirmou Mariângela, consumidora de orgânicos há dois anos.

A advogada e funcionária pública Cristiane Cardozo Ferreira, 40, disse que prefere comprar na feira por sentir que é "mais confiável".

Ainda assim, a oferta nas feiras livres, mesmo nas três cidades citadas, é restrita. Em Ribeirão, adeptos da alimentação orgânica têm só uma banca a recorrer, na avenida Portugal, domingo de manhã.

É a única banca credenciada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), dividida entre produtores da Associação Agroecológica Terra Viva de Ribeirão Preto e Região.

Segundo Sueli Nilza da Silva, 57, coordenadora da Terra Viva e representante na Comissão de Produção Orgânica no Mapa, um dos problemas enfrentados pelos produtores é encontrar agrônomos especializados.

A opinião é compartilhada por Filipe Pereira Giardini Bonfim, professor de agronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

"As próprias certificadoras, que emitem selos de qualidade, têm dificuldades para encontrar técnicos", disse.

Bonfim, especialista no uso de homeopatia para o controle de pragas e plantas doentes, afirmou que os orgânicos ainda atingem um mercado elitizado.

A falta de informação sobre as vantagens do consumo destes tipos de alimentos é o que trava as vendas, disse o produtor rural orgânico José Carlos Lima da Silva, 36.


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