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Greve atrasa pesquisas na USP Ribeirão

Paralisação completa 39 dias nesta terça-feira (8) com dificuldades de acesso a laboratórios e materiais de estudos

Animais usados em testes de laboratório só são entregues uma vez por semana; USP não comentou prejuízos

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Pesquisas da USP em Ribeirão Preto estão sendo prejudicadas pela dificuldade de acesso às estruturas físicas, materiais de estudo e apoio acadêmico. O motivo é a greve dos servidores administrativos, que completa 39 dias nesta terça-feira (8).

A greve paralisou, desde o início, o funcionamento das bibliotecas, do restaurante universitário, do transporte dentro do campus e, nos últimos dez dias, alterou o funcionamento do biotério, local onde são criados os animais usados em pesquisas.

A greve também paralisou a creche local, que atende 124 crianças, todas filhos de funcionários e professores.

De acordo com José Eduardo Laus, médico veterinário e ex-diretor do biotério central, os animais só são distribuídos para pesquisa uma vez por semana. Antes, a distribuição era diária. Com isso, os departamentos passaram a ser responsáveis pelo cuidados dos animais por pelo menos uma semana, sem devolvê-los no mesmo dia.

Por mês, são usados cerca de 9.000 animais em pesquisas. Eles continuam sendo tratados no biotério, porém, sem liberação diária.

Claudimar Amaro, um dos diretores da APG (Associação dos Pós-Graduandos) da USP Ribeirão, disse que as pesquisas estão sendo afetadas, principalmente aquelas que dependem do acesso aos laboratórios, uso de animais e autorização para viagens.

"Quanto mais longe a greve for, maior o prejuízo para os alunos e pesquisas. Muitos temem perder a bolsa ou prazo para apresentar a pesquisa. Nós [pós-graduandos] não aderimos, mas entendemos os motivos da greve".

A greve ocorre porque a universidade adiou para setembro as discussões sobre o reajuste de 3% e reposição inflacionária de 6,78% pedidos agora. Em 1º de maio de 2013, última data-base, os servidores receberam 5,39%.

Em crise financeira, o reitor Marco Antonio Zago anunciou que a universidade projeta deficit de R$ 1 bilhão para este ano, caso seja mantido o crescimento dos gastos com a folha de pagamento. Por isso, o reajuste salarial que normalmente ocorre em maio foi adiado.

"Pior do que as perdas dos pesquisadores com a greve, é falta de investimentos da universidade", disse Luis Ribeiro de Paula Júnior, diretor estadual do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).

OUTRO LADO

Em nota, a USP informou que os funcionários do biotério não aderiram à greve e que todas as atividades diárias de manejo animal são realizadas "de forma integral". Eles não falaram sobre a entrega de animais e os prejuízos às pesquisas desenvolvidas.

Também informou que pretende manter a discussão do reajuste para setembro, devido a "situação orçamentária-financeira" da instituição.


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