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Pastoral do Migrante discute 'legado' do levante de Guariba

Greve dos boias-frias completa 30 anos em meio a mecanização do setor

DE RIBEIRÃO PRETO

No último ano do prazo para o fim da queima da cana-de-açúcar no Estado e 30 anos após presenciar a maior greve rural do setor canavieiro do país, a Pastoral do Migrante de Guariba realizará uma série de debates sobre o legado do levante e o futuro dos trabalhadores rurais.

Voluntário da pastoral há 25 anos, Luze Azevedo disse que o debate terá a participação de estudiosos e pessoas envolvidas na greve de maio de 1984. Duramente reprimida pela polícia, o movimento terminou com um morto e 30 pessoas feridas.

"A greve foi um marco porque, depois dela, os trabalhadores rurais tiveram muitas melhorias. No entanto, ainda há muitas irregularidades e abusos no trabalho rural", disse Azevedo.

Com o fim da queima e a mecanização da colheita, o voluntário disse que também será discutido o papel da pastoral, já que a cidade não irá mais receber migrantes para o trabalho no campo.

"Precisamos repensar o papel e os objetivos da pastoral, se ela deve fechar ou mudar sua atuação", afirma.

A partir dos debates, Azevedo irá organizar um livro com a história da fundação da pastoral --meses antes do levante--, a greve, suas conquistas e as condições do trabalho rural nos dias de hoje.

"Muita coisa continua errada no campo. De 2004 para 2007, 25 pessoas morreram por exaustão na coleta de cana e isso está escondido. Vamos contar a história de cada um desses trabalhadores", disse Luze.

O livro será lançado em maio de 2015 e terá entrevistas com a viúva do metalúrgico Amaral Vaz Meloni, que morreu ao ser atingido com uma bala na cabeça durante o levante. A mulher que deu água a Meloni, logo após o tiro, também foi entrevistada.


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