Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Especialistas divergem sobre novo formato
Discussão está entre criar o hábito de ir ao teatro e assistir peças com apelo comercial
O crescimento do espetáculo cabeção' na região divide a opinião de especialistas.
Levar as crianças ao teatro e formar um público que cresça com esse costume é algo apontado como positivo no movimento dos cabeções'.
Por outro lado, tratar o teatro como um produto comercial é visto com ressalvas.
"A principal função [desses espetáculos] é a divulgação de uma marca --a personagem. Por mais que possa haver um fomento à criatividade, é a divulgação de uma marca, assim como um personagem que estampa uma capa de caderno", disse a arte-educadora pela Unesp, Helena Cardoso.
"Parece que, em termos de mercado, encontraram um filão para atrair o público", afirmou a docente da Faculdade de Educação da Unicamp, Márcia Strazzacappa.
Para Márcia, o "filão" pode ser um meio para que as crianças "peguem gosto pelo teatro" e passem a frequentá-lo mais vezes.
Segundo ela, as crianças se sentem familiarizadas com as personagens que veem na televisão e se sentem atraídas a irem ao teatro.
Já para as produtoras, a educadora acredita que os "cabeções" possam ser uma fase. "Um meio de sobrevivência para que, daqui um tempo, elas passem a criar um conteúdo próprio."
"Não é que eu não goste dos clássicos, mas gosto de trazer as crianças nessas peças porque elas tratam de temas atuais como, por exemplo, bullying e inclusão", disse a pedagoga Rose Riul, 43.
Rose levou seus três sobrinhos --com idades entre três e sete anos-- para assistir ao cabeção' "Meu Malvado Favorito" no último dia 11 no Teatro Municipal de Ribeirão.