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Ribeirão

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Falta de cuidado e pichações atingem obras de Vaccarini

Esculturas estão instaladas em espaços públicos de Ribeirão e Altinópolis

Artista completaria cem anos em 19 de agosto; legado é lembrado em livro a ser lançado na próxima sexta-feira

GABRIELA YAMADA ENVIADA ESPECIAL A ALTINÓPOLIS

Pichação, acúmulo de sujeira, rachaduras. É nesse cenário onde estão suas obras, instaladas em espaços públicos de Ribeirão e Altinópolis, que o artista plástico Bassano Vaccarini terá sua memória lembrada em seu centenário de nascimento, no dia 19.

Expoente do modernismo tardio e um dos fundadores da Escola de Artes Plásticas de Ribeirão, Vaccarini deixou um legado que, sem a devida manutenção e preservação, é exposto a vandalismo e desgastes do tempo.

No Jardim das Esculturas, a céu aberto em Altinópolis, onde morou, uma das sete obras do conjunto que representa uma assembleia de mulheres foi pichada. Além de rachaduras, partes das esculturas foram quebradas --detalhes de mãos e pés de mulheres e a cabeça de um bebê.

Há outro problema: ao longo dos anos, as obras passaram por restauros grosseiros, segundo a terapeuta Daniela Vaccarini, 45, filha do artista.

"Prefeituras passadas entendiam que, para preservar, era necessário pintar as obras." Com isso, segundo ela, as esculturas estão com várias camadas de tinta.

O problema também pode ser visto na praça do Trabalhador, com esculturas em homenagem a operários. O painel de São Martinho, na região do Parque do Lago, sofre o mesmo problema.

No geral, segundo o secretário da Cultura e Turismo de Altinópolis, Elias Alfredo Filho, os problemas são o desgaste do tempo e detalhes que foram quebrados.

O artista plástico Thirso Cruz foi contratado para restaurar as obras. Na semana passada, iniciou a fase de experimentação de materiais.

Já no Morro do São Bento, em Ribeirão, esculturas que passaram por restauro em 2010 acumulam sujeira.

É o conjunto de obras que restou do primeiro trabalho de Vaccarini em Ribeirão, de 1957. Foi contratado pelo então prefeito, Costábile Romano (1956-59), para criar obras de comemoração ao centenário da cidade, em 1956.

"Em locais públicos, infelizmente, as obras não são preservadas", disse a viúva de Vaccarini, Maria Ignez Oliveira de Campos, 77.

Letícia Ricci, diretora de patrimônio da Secretaria da Cultura, disse que as esculturas passam por limpeza em datas comemorativas --como as do parque Maurilio Biagi, para a Feira do Livro.

Segundo ela, o estado das obras se deve à dificuldade de se mexer nelas. "Não pode haver qualquer limpeza. Ela é muito específica."

Vaccarini fez cerca de 6.000 obras, das quais 4.000 estão na região. Há ainda peças na Europa, como na Itália.


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