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Ribeirão

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Aos 81, Vaccarini criou 800 obras digitais

Artista plástico, no entanto, não gostava do resultado impresso de seus trabalhos feitos em computador, diz filha

Dezoito imagens que estavam salvas em disquetes integram livro e participarão de exposição em shopping

DE RIBEIRÃO PRETO

Interessado em novas maneiras de se fazer arte, Bassano Vaccarini ficou encantado quando descobriu o computador. Um acervo de obras digitais será exposto pela primeira vez em comemoração ao centenário.

"Meu pai ficou admirado com o brilho da tela do computador e criou mais de 800 obras digitais", disse a terapeuta Daniela Vaccarini, 45. Segundo ela, o pai chegou a ficar "viciado" e passou todo o ano de 1995, já octogenário, focado na nova tecnologia.

Para criar as imagens, Vaccarini usava o programa de desenho Paint, num Macintosh. Pouco foi impresso porque, segundo Daniela, o pai ficou insatisfeito com o resultado das obras. "Ele gostava da luz da tela do computador. No papel, as luzes se perdiam", disse ela.

Esse foi o momento em que Vaccarini deixou o modernismo e entrou na arte contemporânea, segundo Lilian de Oliveira Rosa, coordenadora de história do Centro Universitário Barão de Mauá. "Ele gostava de explorar o novo", disse a viúva, Maria Ignez Oliveira de Campos.

Dezoito dessas imagens, que estavam salvas em disquetes, estão no livro "Bassano Vaccarini: Além do Moderno", que será lançado no próximo dia 8, no Espaço Cultural Ribeirão Shopping. As imagens também ganharão exposição no mesmo local.

O livro, iniciativa do Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais, também conta com biografia.

"Além de um artista, ele foi um homem apaixonante", disse a jornalista Adriana Silva, presidente do instituto e uma das autoras do livro.

Vaccarini militou além das artes. Escultor, pintor e cenógrafo, também foi professor e liderou o movimento para pedir a restauração do Theatro Pedro 2º, depois de ter sido fechado por causa de um incêndio na década de 1980.

A dor da perda do primogênito, André, em 1983, aos 18, num acidente de trânsito, fez com que Vaccarini mergulhasse no trabalho.

SEM TERMINAR

O artista, que sofria do mal de Alzheimer, morreu em 2002. A viúva, Maria Ignez, atribui o agravamento da doença à proibição de acabar o conjunto de 12 obras no parque Maurilio Biagi, imposta pela prefeitura nos anos 90.

Sua última escultura, de 97, é a de uma mãe, instalada em frente à maternidade Mater.


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