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Candidatos recebem doações que somam R$ 760,6 mil
Quase um terço ainda não teve as contas divulgadas; construtoras lideram doações, com total de R$ 268 mil
Candidatos a deputado estadual e federal da região de Ribeirão Preto gastaram mais do que arrecadaram até aqui em suas campanhas, segundo a primeira prestação de contas enviada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No total foram doados R$ 760,6 mil, mas o gasto passou de pouco mais de R$ 1,1 milhão.
A região tem 64 candidatos. O candidato a deputado federal Newton Lima (PT) foi o que mais recebeu verba para a campanha até aqui, com R$ 283,6 mil. Ele declarou ter gastado R$ 144,7 mil.
O principal doador do petista foi o vice-presidente do conselho administrativo da DPSP (Drogarias Pacheco e Drogarias São Paulo), Ronaldo José Neves de Carvalho. Ele doou R$ 200 mil para a campanha de Newton.
O petista disse ser amigo antigo de Carvalho, o que motivou a doação. Procurado pela Folha, Carvalho disse que não é uma pessoa partidária.
"Não sou partidário, acredito nas pessoas", disse.
Na sequência aparece Antônio Duarte Nogueira Junior (PSDB), com arrecadação de R$ 200 mil. Ele gastou R$ 49,9 mil com, por exemplo, locação de imóveis.
O diretório estadual repassou o valor ao tucano, oriundo de doação da construtora Queiroz Galvão. A assessoria do tucano informou que a doação foi dentro da lei e não está vinculada a nenhum compromisso futuro.
A assessoria da construtora informou que as doações feitas --não apenas para a campanha de Nogueira-- seguem as normas eleitorais.
Roberto Engler (PSDB) recebeu R$ 69,6 mil. A LBR Construtora foi a principal doadora, até o momento, com doação de R$ 50 mil. Engler gastou até aqui R$ 61,8 mil.
Via assessoria, disse que a empresa doou para sua campanha porque tem um amigo na direção da LBR. A empresa, por sua vez, disse não ter nenhuma relação com o tucano e que a doação foi feita porque apoia a plataforma política apresentada por ele.
Os dados ainda mostram quem mais gastou. Márcia Lia (PT), candidata a deputada estadual, gastou R$ 535,6 mil.
O historiador Marco Villa, da UFSCar, afirmou que o que candidatos apresentam como gasto nem sempre é verdadeiro. Os tribunal eleitorais devem, diz Villa, receber ajuda dos Tribunais de Contas para identificar irregularidades.