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Crise da água
Racionamento é insuficiente para recuperar níveis de reservatórios
Prefeitura de Tambaú planeja elevar o corte programado da água para preservar as nascentes
Falta de chuva e alta do consumo provocaram problema; em sete meses, choveu 50% a menos que a média
Com a estiagem prolongada, nem mesmo racionamentos que chegam a durar um dia inteiro têm colaborado para recuperar os níveis dos reservatórios de água na região de Ribeirão Preto.
Apesar de terem implantado o corte programado para prevenir o desabastecimento, cidades como Tambaú, Batatais e Cristais Paulista não conseguiram driblar a seca recorde que afeta a região.
Em Tambaú, onde a água é cortada por 24 horas para metade da cidade em dias alternados, a prefeitura deve anunciar ainda nesta semana uma ampliação do corte. O novo horário ainda está sendo definido.
O racionamento teve início em abril. O nível da represa que abastece a cidade é crítico e, desde o início do corte, não houve recuperação.
Tambaú é abastecida por nascentes que deságuam na represa Arrependida, que está praticamente seca. Em junho, foi decretado estado de emergência. A prefeitura diz precisar de R$ 15 milhões para melhorar o abastecimento.
O município também lançou um disque-denúncia para receber informações sobre eventuais desperdícios. Quem for flagrado lavando a calçada, por exemplo, poderá pagar multa de R$ 150.
Já em Batatais o nível do reservatório não passa dos 50% do nível que atingiria normalmente mesmo com o racionamento feito das 12h às 16h desde o início de junho.
Segundo o diretor de Planejamento da prefeitura, Tadeu Soares Ramos Cabete, o reservatório costuma encher durante à noite --quando o consumo diminui-- e nas horas de corte programado.
O que impede o reservatório, que abastece um terço da população, de chegar nos niveis ideias é a baixa vazão dos mananciais e o alto consumo.
O Saec (Sistema de Água e Esgotos) de Cristais Paulista iniciou o racionamento na cidade no dia 19 de julho.
Por lá, os moradores ficam sem abastecimento das 13h às 16h30 e das 22h às 5h.
Segundo a diretoria do Saec, este corte tem sido insuficiente para recuperação do reservatório, importante para normalizar a captação por bombas numa das represas de abastecimento.
Não há previsão de término para o racionamento.
Atualmente, a cidade é abastecida por três represas que captam água de duas nascentes que formam o ribeirão dos Cristais.
OUTRAS MEDIDAS
Municípios que não racionam água, mas que adotaram outras medidas como a aplicação de multas e campanhas de conscientização, também não tiveram resultados.
Em Bebedouro, a situação é crítica. O reservatório da cidade tem ficado em média com menos de 75% do que é considerado normal. A multa por desperdício de água é de R$ 50 na cidade.
O diretor do Saaeb (serviço de água e esgoto), Gilmar Feltrin, não descarta o início de um racionamento.
Ele também critica o consumo exagerado de água, que passa de 200 litros de água por dia por habitante. O índice recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de 120 litros.