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Montadora de trens corta terceiro turno e demite em Araraquara
Iesa diz que 49 demissões ocorreram após término de contrato
A montadora Iesa acabou com o terceiro turno da fábrica em Araraquara e demitiu funcionários nas últimas semanas. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, houve 250 demissões e não foi feito o pagamento dos direitos trabalhistas dos dispensados.
A empresa confirmou os cortes, mas disse que foram 49 trabalhadores da Iesa Transportes, em função do fim de um contrato de manutenção e reforma de trens.
O número de pessoas demitidas com o fim do terceiro turno não foi informado.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Araraquara, Francisco Sabino, os cortes da Iesa não têm ligação com a crise econômica. "A crise nos preocupa e se a economia não melhorar até setembro haverá mais demissões. Mas no caso da Iesa o problema é má gestão."
O líder sindical disse que a Iesa sofre problemas de crédito em virtude de dívidas e que os demitidos estão há seis meses sem o recolhimento de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e não receberam o dinheiro da rescisão contratual ou o FGTS.
Por meio da assessoria de imprensa, a montadora negou enfrentar problemas financeiros e informou que fará o pagamento dos direitos trabalhistas de todos os demitidos. A Iesa definiu a razão para os cortes como "técnicas e contratuais".
CARTEL
A Iesa é responsável pela construção de trens para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em consórcio com a sul-coreana Hyundai Rotem. Ela é apontada pelo Ministério Público como uma das envolvidas no cartel de trens em São Paulo, grupo acusado de fraudar licitações para a reforma e modernização de 98 trens.