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Ribeirão

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Mães criam negócios em casa para ficar com filhos

Mulheres deixam carreiras para investir em talentos então desconhecidos

Psicóloga diz que mães precisam estar certas de decisão para depois não se arrepender e 'culpar' os filhos por frustração

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Se "quando nasce um filho, nasce também uma mãe", com o novo cenário surge a angústia de voltar ao trabalho fora de casa depois da licença-maternidade.

Por causa disso, um movimento está se fortalecendo na região de Ribeirão: o empreendedorismo materno.

Ele consiste de mulheres que deixaram suas carreiras para cuidar dos filhos e descobriram talentos até então desconhecidos, como costura, artesanato e tecnologia.

Assim, adaptaram a vida profissional para estar mais perto das crianças e, ao mesmo tempo, trabalhar com o que faz se sentirem bem.

Já existem ao menos dois grupos "físicos" de mães empreendedoras, criados por elas próprias, além de um formado em redes sociais.

"Exige coragem, porque se fazem renúncias", disse Flávia Buzzello Flores, 41, designer de arte em tecidos que, depois do nascimento de Marina, 8, decidiu largar a carreira de professora universitária e assessora de reitoria.

"Fui criticada. As pessoas perguntavam: você estudou tanto para fazer isso?", disse.

Ela participa do coletivo "Mães que Criam". O grupo tem 14 mulheres e um bazar para expor e vender criações.

Conciliar as tarefas, no entanto, exige esforço e disciplina, segundo a ex-advogada Suelem Sacamoto, 31.

A sala de TV dela foi dividida com o ateliê de roupas infantis aberto após o nascimento da filha Valentina, 2. "Às vezes, trabalho de madrugada, quando ela dorme."

Mas, para elas, o esforço é recompensado: dizem que, por perto, os filhos crescem mais seguros e aprendem o valor do trabalho.

"Para mim, não valia a pena continuar vivendo a loucura no mercado", afirmou Juliana Ricci, 36, criadora do grupo Maternas Criativas, que reúne cerca de 70 mães.

Há três anos, ela deixou a carreira de consultora financeira e hoje dá consultoria de negócios a mulheres.

Já o Clube das Borboletas é virtual. São 8.899 integrantes, a maioria de Ribeirão, que conversam por meio de redes sociais.

Duas das mães que dele participam, Samanta Braga, 33, e Ana Luiza Ballestero, 44, descobriram suas habilidades produzindo as lembranças do nascimento das filhas.

Todas reconhecem que ganham menos do que quando estavam no setor privado, mas que se sentem felizes.

Segundo a psicóloga e coach Renata Diniz, as mulheres precisam estar certas de suas decisões. "No futuro, esta mãe arrependida pode jogar todas as suas frustrações em cima dos filhos, contrariando o seu plano inicial."


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