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Entrevista - Ismael Perina Junior

Volta do imposto da gasolina vai reabrir a competitividade

Novo presidente da câmara de açúcar e álcool vai pedir ao governo o retorno da CIDE para garantir rentabilidade ao etanol

CAMILA TURTELLI DE RIBEIRÃO PRETO

Presidente do Sindicato Rural de Jaboticabal, Ismael Perina Junior foi eleito no último dia 21 presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Açúcar e Álcool, órgão consultivo ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Na câmara, o principal pleito de Perina Junior será a volta da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina.

Segundo ele, o imposto pode retomar a competitividade do etanol e trazer um novo fôlego para o setor, que enfrenta a pior crise da sua história desde 2009.

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Folha - O crescimento da produção de cana-de-açúcar é linear nos últimos anos. O que o setor fez para crescer?

Ismael Perina Junior - O setor tinha um crescimento de 10% ao ano até 2009, quando começou a passar por crise. Isso se agravou com medidas que o governo federal tomou para controlar os preços dos combustíveis. Houve falta de investimento e tivemos problemas climáticos que impediram esse crescimento.

A câmara pretende pleitear a volta da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para a gasolina?

É o principal pleito do setor. Além de trazer competitividade para o etanol, um combustível limpo, era também fonte de recurso para os municípios canavieiros que recebiam esse repasse.

Qual seria o preço do etanol na bomba ideal para o setor?

É algo complicado, porque o ideal é que o preço dê cobertura aos custos de produção. Para que o setor continuasse produzindo com eficiência e rentabilidade, seria algo em torno de uns R$ 0,35, R$ 0,40 a mais do que o preço de hoje.

Mas isso faria o etanol deixar de ser vantajoso para o consumidor e ficar na bomba.

A Cide, que está hoje zerada, permitiria que a gasolina também tivesse acréscimo e manteria a competitividade em relação ao etanol.

O setor enfraqueceu o diálogo com o governo federal. Por meio da câmara, é possível aproximar essa relação?

O Ministério da Agricultura tem dificuldade de interlocução com os outros ministérios e com a presidente. Mas a câmara sempre teve uma pauta na linha de tentar minimizar estes problemas.

O que o setor espera do próximo presidente?

Hoje existe um grande problema que é o de geração de energia no país. Isso demanda um empenho muito grande do próximo governante, que precisa entrar a fundo na questão.

Por que a região de Ribeirão Preto ainda registra queimadas de cana, já que 85% da colheita está mecanizada?

O produtor está preparado hoje para colher cana crua. Os focos de incêndio que acontecem durante o dia são criminosos ou acidentais, e não provocados pelo produtor. Temos denunciado isso. O tempo está muito seco e há muita palha nos campos, o que torna os incêndios muito difíceis de controlar.


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