Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Promotoria abre investigação de contas rejeitadas de Dárcy Vera
Ao analisar relatório, promotor afirmou ter visto um 'descontrole na execução orçamentária'
Foram apontadas 27 irregularidades; prefeitura alega que faz todos os atos seguindo as legislações vigentes
O Ministério Público instaurou um inquérito nesta quarta-feira (3) para investigar as contas de 2012 da prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), que foram reprovadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
O promotor da Cidadania Sebastião Sérgio da Silveira disse que determinou a apuração após reportagem publicada nesta quarta-feira (2) pela Folha, que mostrou a decisão do órgão de reprovar as contas de 2012, ano da campanha que culminou na reeleição de Dárcy.
Em nota, a prefeitura informou que o município "realiza todos os atos seguindo as legislações vigentes".
O tribunal citou 27 irregularidades cometidas pela prefeitura. Entre os problemas apontados estão a renúncia de receita --em ano eleitoral--, a anistia de multas e juros de tributos sem fazer estimativa do impacto e medidas de compensação.
Outra questão apontada foi a diminuição de 50% do recebimento da dívida ativa em comparação com o exercício anterior, "indicando política de arrecadação ineficaz".
Ainda segundo o relatório, assinado pelo conselheiro substituto Valdenir Antonio Polizeli, 40% das despesas de 2012 ocorreram por dispensa de licitação, "sinalizando deficiências no planejamento de compras".
Silveira afirmou que todos os apontamentos feitos pelo TCE são "fatos relevantes" e que merecem investigação.
"Há um descontrole na execução orçamentária", afirmou o promotor. O inquérito pode virar ação civil pública.
DIREITOS POLÍTICOS
Segundo ele, todos os problemas apontados pelo Tribunal de Contas podem configurar atos de improbidade administrativa. A punição para os responsáveis pode ir de multa até a suspensão dos direitos políticos.
A reprovação no TCE ocorreu na 2ª Câmara do órgão, mas ainda será submetido ao Pleno --espécie de segunda instância. Por isso, a prefeitura vai recorrer. O promotor disse que não é necessário esperar a decisão final para instaurar o inquérito ou a ação.