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Montadora de trens de Araraquara pede recuperação judicial
Empresa Iesa, do grupo Inepar, demitiu 400 metalúrgicos em 2014, segundo sindicato
O grupo Inepar, do qual faz parte a montadora de trens Iesa, sediada em Araraquara, entrou com pedido de recuperação judicial na última sexta-feira (29). A empresa acumula dívida de cerca de R$ 2 bilhões.
Em comunicado enviado ao mercado financeiro, a empresa informou que o pedido de recuperação foi inevitável diante do agravamento da crise econômico-financeira enfrentada pelo grupo.
A companhia foi procurada pela Folha, mas não se pronunciou sobre a situação.
Se o pedido for aceito pela Justiça, a empresa terá dois meses para apresentar um plano de recuperação.
Em agosto, a empresa demitiu 250 funcionários e não efetuou o pagamento dos direitos trabalhistas, segundo o sindicato dos metalúrgicos de Araraquara. A indústria tinha 1.500 metalúrgicos. No acumulado do ano, as demissões chegam a 400.
O Ministério do Trabalho e a Promotoria agendaram uma audiência para o dia 22 com a empresa, em Araraquara, para acompanhamento e possível tomada de medidas.
Em agosto de 2013, a Iesa se associou à Hyundai Rotem para a fabricação de 240 vagões de trem para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
A entrega do primeiro trem estava prevista para o início de 2015 e o prazo total de entrega seria de 36 meses.
A CPTM informou, por meio de sua assessoria, que os responsáveis pelo contrato estão acompanhando de perto a situação da Iesa e que, por enquanto, não há alteração no cronograma.
FORNECEDORES
De acordo com o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Araraquara e o sindicato dos metalúrgicos, cerca de 30 empresas de pequeno e médio porte fornecem para a Iesa.
Eles temem que um possível atraso no pagamento destes fornecedores agrave a crise vivida pelo setor industrial.
Para Francisco Sabino, presidente do sindicato dos metalúrgicos na cidade, a situação da Iesa pode agravar ainda mais a instabilidade no segmento no município.
