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Monitora de Porto Ferreira é filmada agredindo crianças
Vídeo mostra que alunos de até 2 anos sofreram agressões físicas e verbais
Prefeitura diz lamentar caso, afasta servidora e abre investigação; Polícia Civil também apura agressão
Uma monitora escolar foi filmada agredindo fisicamente e verbalmente alunos de até dois anos de uma creche pública de Porto Ferreira. A mulher já foi afastada do cargo, segundo a prefeitura, e a Polícia Civil investiga o caso.
O vídeo foi gravado na tarde de terça-feira (2) na creche Ferdinando Melchioretto por uma microcâmera instalada na mochila da filha da gerente Jucelaine Rodrigues, 33.
Segundo ela, a menina, de um ano e sete meses, passou a apresentar comportamento diferente e vivia assustada.
"À noite, enquanto dormia, ela chegou a dizer: não, titia'", disse Jucelaine.
Nos quatro primeiros minutos, o vídeo mostra a monitora puxando uma menina, aparentemente com a calça suja, e depois xingando a mãe dela de "vaca".
Seis crianças estão na sala assistindo a um vídeo e ela grita quando se aproximam da TV. A mulher ainda ameaça um aluno, dizendo "põe a mão na TV para você ver só".
Em seguida, a funcionária pega um menino pelo braço e o joga no tapete. É o filho do superintendente comercial Maurício Pissinatti, 31, que bateu a cabeça no chão e foi deixado chorando após o ato.
Aos 24 minutos do vídeo, a servidora é flagrada batendo em outro menino porque ele não se sentou, conforme havia ordenado. Na imagem, a mulher ainda levanta o menino pela blusa e o joga num canto da sala. Depois de dez minutos, bate no pé de outro com o chinelo dele.
Jocelaine apresentou as imagens à Secretaria da Educação da cidade, que afastou a monitora e informou que a mulher responderá administrativamente.
Na manhã desta quarta (3), pais e prefeitura relataram o caso ao Conselho Tutelar e à Polícia Civil.
A prefeitura informou que "lamenta e repudia qualquer atitude que possa ter trazido prejuízos a alunos", "se solidariza com os familiares das vítimas" e que irá "apurar o caso com o rigor exigido e tomar as atitudes necessárias".
O nome da monitora não foi revelado. "Como uma monitora de creche é capaz de agredir crianças? Confiei meu filho a ela", disse Pissinatti.
O docente da USP Sérgio Kodato, psicólogo e coordenador do Observatório da Violência e Práticas Exemplares da universidade, afirmou que os pais devem ficar atentos a sinais dos comportamentos das crianças, que podem indicar violência e maus-tratos.
"Irritação, choro excessivo, medo e dificuldade de dormir são alguns dos sintomas da criança que sofre violência sistematicamente."
Segundo ele, quando a criança é bem tratada na creche, ela chega em casa bem humorada. Por outro lado, se chega indisposta, sem apetite e com recusa de afeto é preciso ter atenção.