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Casas históricas de S. Carlos sofrem ameaça

Quatro imóveis catalogados pela Fundação Pró-Memória correm risco de demolição e se tornam alvo de disputa

Secretaria alega que há risco de queda e defende demolição, enquanto um órgão municipal e a Promotoria são contra

CAMILA TURTELLI DE RIBEIRÃO PRETO

Quatro casas consideradas de interesse histórico pela Fundação Pró-memória de São Carlos estão ameaçadas de serem demolidas.

Os imóveis, que ficam na região central da cidade, na rua Sete de Setembro, são do início do século passado e representam a história dos trabalhadores e imigrantes de São Carlos.

Um laudo feito pela Secretaria de Obras do município apontou que as construções estão com risco de desabamento e que, por isso, deveriam ser colocadas abaixo.

Por outro lado, a Promotoria e a Fundação Pro-Memória são contra a demolição e acreditam que o restauro dos imóveis é algo possível.

O Ministério Público abriu inquérito em 2012 para apurar o estado de conservação das casas.

Depois do laudo da prefeitura, o promotor do caso pediu uma perícia judicial para determinar se a demolição é realmente o único caminho.

A vistoria nos imóveis já foi realizada, mas o laudo ainda não foi concluído e deve ser entregue à Promotoria nas próximas semanas.

A área está interditada desde o mês de junho a pedido da administração municipal, que considerou que o local oferece risco aos pedestres que passam pela rua.

A arquiteta Aline Monteiro Braga Hoffmann, contratada pelo empresário que adquiriu as casas em 2012, disse que as paredes foram escoradas para evitar queda e tapumes foram instalados.

Segundo ela, os proprietários anteriores não preservaram as casas e deixaram o imóvel se deteriorar.

Ela disse que o proprietário quer construir no local um complexo de lojas e aguarda a decisão para saber como proceder com os imóveis.

O Instituto Pró-Memória (órgão municipal de tombamento) é contra a demolição e diz que derrubar as casas é uma perda significativa.

"Demolir é apagar parte da história de São Carlos", disse a arquiteta do Pró-Memória, Mariana Lucchino.

De acordo com a arquiteta do Pró-Memória, as casas eram de trabalhadores imigrantes que chegaram a São Carlos no início do século 20. Ainda segundo ela, são exemplares únicos deste período na cidade.

"A história do município não foi feita apenas por barões e casarões", afirmou.

O secretário de Obras, Marcio Marino disse que o imóvel oferece risco. "É melhor preservar vidas do que muros", afirmou.

São Carlos conta com um programa de desconto de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para imóveis que são considerados patrimônio ou de interesse histórico, como as casas.

O abate no imposto pode chegar a 100%, dependendo do estado de preservação.

As casas não estão recebendo este benefício, segundo o Pró-Memória, justamente por causa do mau estado de conservação dos imóveis.


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