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Ribeirão

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Nível de rio cai, afeta geração de energia e provoca embate

Turismo pede que hidrelétrica retenha mais água do Pardo em Caconde

Já comitê quer liberação de água do rio, que abastece cidades e atingiu só 39 cm de profundidade nesta 3ª

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

O rio Pardo atingiu apenas 39 centímetros de profundidade nesta terça-feira (9) em Ribeirão Preto, menor nível desde o início da medição, em 1941. O rio também nunca produziu tão pouca energia elétrica como agora.

Os problemas são reflexo da seca recorde no interior de São Paulo e acabaram acirrando um embate entre a necessidade de captação de água na região e interesses do setor hoteleiro.

Enquanto o comitê da bacia hidrográfica pede o aumento da vazão do rio, a partir da represa de Caconde, os setores de piscicultura e turismo pedem retenção da água no mesmo ponto.

O reservatório da hidrelétrica de Caconde está com 8,8% do volume, seu menor índice. A usina está localizada na montante, ou seja, próxima à nascente do rio.

A AES Tietê, responsável pela usina, disse que a vazão de água usada para gerar energia caiu a partir de junho --de 32 m³/segundo para 15 m³-- devido às "más condições hidrológicas" do Pardo, para evitar maior redução do reservatório.

Com isso, a geração de energia na usina foi reduzida. Com capacidade para produzir 80 MW/h, gera 10 MW/h --nunca foi tão baixa.

Mesmo assim, segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o reservatório recebeu nesta terça 10 m³ por segundo de água e liberou 15 m³. A medida é criticada por associação de piscicultores e de turismo de Caconde.

"Estão liberando mais água [para energia] do que o reservatório recebe. Nós vamos ser prejudicados e ficar só com uma lâmina de água no reservatório", disse Paulo Podesta, que aluga casas em um condomínio para turistas.

Ele e outros moradores pedem que a AES reduza novamente o volume liberado.

Já Paulo Finotti, vice-presidente do comitê da bacia do Pardo, disse que é preciso aumentar o volume de água liberada para elevar o nível do Pardo, responsável por abastecer cidades da região.

"Com uma estiagem como a deste ano, acredito que o abastecimento deva ser priorizado", disse Finotti.

A alta ou redução do volume de água liberada depende de aval e do cronograma do ONS e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Além de Caconde, o Pardo tem outras duas usinas em seu leito. Elas, no entanto, não têm reservatório e sua produção depende da liberação de água em Caconde.

O Pardo, nesta época, historicamente fica acima de um metro. "Não adianta ter um reservatório vivo com produção de energia e, a partir dele, um rio morto."


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