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Ribeirão

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Exportação em baixa deve segurar preço do etanol

Previsão do setor é que estoque seja suficiente para período da entressafra

Se expectativa for confirmada, valor do álcool nas bombas pode ficar na casa de R$ 2 até março do ano que vem

THOMAZ FERNANDES DE RIBEIRÃO PRETO

A falta de mercado para o etanol no exterior deve beneficiar o consumidor do combustível no Brasil. Caso o cenário de exportações continue ruim até o fim da safra, o mercado interno terá estoque capaz de manter os preços durante a entressafra.

A análise é do diretor-técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Padua Rodrigues. A instituição divulgou nesta terça-feira (9) relatório quinzenal sobre a moagem de cana no centro-sul do país.

Se a previsão se confirmar, o preço do combustível em Ribeirão, por exemplo, pode ficar estável, a menos de R$ 2 o litro para os consumidores. Em anos anteriores, chegou a custar R$ 2,39.

Segundo o levantamento divulgado pela Unica, o volume de etanol exportado em agosto caiu 65% e passou de 334,5 milhões de litros, no ano passado, para 117,09 milhões, no mês passado.

A previsão de exportação de etanol até março de 2015 é de 1,2 bilhão de litros --até agora foram 660 milhões de litros na safra. A expectativa é inferior à metade do comercializado para o exterior no ano passado: 2,6 bilhões.

Ao mesmo tempo houve alta na produção do etanol, de 7,54% em comparação com 2013, com 2,25 bilhões de litros produzidos.

As usinas diminuíram a produção de açúcar e passaram a produzir mais etanol, sobretudo em São Paulo.

Em agosto de 2014 foram retirados 47,36 litros de etanol por tonelada de cana. Em 2013, eram 42,78 litros.

O volume estocado poderá garantir a oferta no período entre a atual e a próxima safra --novembro a março--, mesmo com a crise que o setor canavieiro atravessa, conforme Rodrigues.

"Temos estoques disponíveis até o fim. Se o cenário de exportações permanecer como está, o mercado interno não terá falta de produto mesmo com a quebra da safra."

Segundo ele, o cenário de exportações não é atrativo em função da alta na produção de etanol de milho nos EUA.

"Diferentemente do ano passado, quando eles [os EUA] tiveram uma quebra, em 2014 o preço fora do país é muito baixo para a exportação", afirmou.

Na análise da empresa de consultoria FG/Agro, de Ribeirão Preto, a próxima entressafra terá grande oferta e preços normalizados porque a safra não sofrerá a quebra estimada pela Unica.

Willian Hernandes, sócio da empresa, afirmou que prevê melhoras na safra até o final deste ano.

"Nós também acreditamos que o preço não vai variar tanto, pois não prevemos um cenário de quebra tão forte quanto o que a Unica vem desenhando", afirmou.

O analista disse ainda que, como a Unica tem base em São Paulo, pode haver um pessimismo com os números em função da situação crítica enfrentada pelo setor sucroenergético no Estado.

"Em outros Estados temos coletado informações positivas sobre a produção."

Hernandes afirmou que, apesar dos números negativos de 2014, a entressafra não será marcada pela ausência de mercadoria e preços altos, como ocorreu em 2012.


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