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Ribeirão

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Cidade ainda mantém 65 fazendas do ciclo do café

Estudo aponta 'última geração' de famílias nascidas e criadas na zona rural

Propriedades, com terreiro, tulha, colônia, sede ou capela, foram catalogadas com base em mapa dos anos 1920

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Escondidas em meio à avalanche de cana-de-açúcar, 65 fazendas de Ribeirão Preto ainda guardam características do tempo áureo do café, como casa sede, tulha, terreiro, capela e colônia.

Além de manter a história da formação econômica da cidade, as propriedades contam com moradores que ali nasceram e nunca viveram na área urbana do município --um dos mais populosos do Estado, com 658 mil pessoas.

São filhos de ex-colonos e, possivelmente, a última geração de pessoas que nasceram, cresceram, constituíram famílias e ainda vivem nas fazendas, erguidas entre o fim do século 19 e início do 20.

Os dados fazem parte de pesquisa que resultou no livro e documentário "Memória dos Cafezais: A Vida nas Fazendas", lançado na última sexta (26) em Ribeirão.

O projeto é de autoria de cinco pesquisadoras do IPCCIC (Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais). As fazendas, todas inseridas dentro do perímetro atual do município, foram mapeadas entre 2011 e 2013.

Segundo a arquiteta Ana Carolina Gleria, as propriedades foram georreferenciadas tendo como base um mapa da década de 1920.

O objetivo foi catalogar as que contavam com pelo menos um dos elementos do complexo cafeeiro (terreiro, tulha, casa de máquinas, colônia, casa sede e capela). Nem todas as fazendas, porém, contam com as edificações preservadas.

As tulhas (galpões para armazenamento dos grãos) das fazendas Serra e Iracema, por exemplo, que foram consideradas grandes núcleos produtores de café, estão completamente abandonadas.

Já na fazenda Cruzeiro, antiga Pau Alto, apenas a casa sede foi demolida. Uma vez por mês ainda há missa na capela, que ganhou ar-condicionado. "Não dá para negar a comodidade", disse Antonio Tomaz, 56, que mora na fazenda desde criança.

De acordo com as pesquisadoras, a preservação das fazendas está intimamente associada ao uso delas.

A Santa Luzia, por exemplo, deu espaço ao atual Restaurante da Tulha e é usada como pesqueiro, restaurante, espaço de eventos e também habitação.

Mas a riqueza visual das fazendas está nos pequenos detalhes do passado. A fachada da sede da São Sebastião do Lajeado, por exemplo, ainda conta com ornamentos feitos de madeira.

Já a varanda da sede da fazenda Santa Rosa tem os ladrilhos originais, enquanto que, na Boa Vista, os azulejos franceses ainda compõem o cenário da cozinha.


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