Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Chacina em São Carlos é a maior do Estado

Na madrugada de ontem, dois homens assassinaram 7 pessoas a tiros em Vila Izabel, bairro na periferia da cidade

Segundo a polícia, foram mais de 40 disparos contra as vítimas no maior crime da história do município

JOÃO ALBERTO PEDRINI ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS

Seis homens e uma mulher foram assassinados na madrugada de ontem em São Carlos (a 101 km de Ribeirão Preto), na maior chacina do Estado de São Paulo neste ano.

O crime ocorreu por volta das 2h próximo a duas quadras de um conjunto habitacional da Vila Izabel, bairro da periferia da cidade.

Pior crime da história de São Carlos, segundo a polícia, pode ser ainda a maior chacina do Estado desde 2000, quando dez pessoas foram mortas em Jacareí (a 84 km da capital, no Vale do Paraíba).

A Polícia Civil diz que todas as vítimas eram usuárias de drogas e a maioria tinha passagem pela polícia.

Cinco corpos foram encontrados por moradores de Vila Izabel por volta das 5h.

Ainda de manhã, outros dois corpos foram localizados na mesma região, a 30 metros do local onde morreram as primeiras vítimas.

De acordo com o delegado da DIG (Delegacia de Investigações-Gerais) Edmundo Ferreira Gomes, testemunhas disseram que as sete vítimas foram mortas por uma dupla.

Pelo relato delas, dois homens chegaram ao local a pé e dispararam mais de 40 tiros contra as vítimas.

"Todos foram mortos com características de execução. Levaram tiros na cabeça, no peito. Em 20 anos de trabalho [em São Carlos] nunca vi nada parecido. Não é comum. Foi uma covardia, uma brutalidade", afirmou Gomes.

Segundo o delegado, as cinco primeiras pessoas foram mortas com tiros de revólver nove milímetros. Várias cápsulas foram encontradas no local. Perto das outras duas vítimas, assassinadas também com tiros, não foram achadas cápsulas.

TOQUE DE RECOLHER

No conjunto habitacional vizinho ao local onde ocorreu chacina, o clima era de medo ontem. Uma moradora, que não quis se identificar, disse que a violência aumentou no bairro depois da morte de um PM, no dia 14 de setembro. Depois disso, instituiu-se até um toque de recolher, que ocorre por volta das 22h.

Antes, disse ela, "a vida era normal" nas redondezas no conjunto. Dava, inclusive, para sair à noite. Hoje, não mais.

A delegada-adjunta da DIG Denise Gobbi Skazal disse que até 14 de setembro deste ano, 11 mortes foram registradas na cidade. Desde esse dia, quando um policial militar foi morto na cidade, já ocorreram 13 homicídios, aumentando significativamente o número de assassinatos no município (veja quadro).

Os 13 casos estão sendo investigados, mas ela adiantou que em nenhum deles houve confronto com policiais. Falou também que as mortes possuem as mesmas características, de "execução".

Colaborou ANDRÉ CARAMANTE


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página