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'Faria tudo de novo', afirma estudante

Aluno de direito relata sua história um dia após ter atropelado ladrões que atiraram contra seu pai, em Ribeirão

Jovem de 19 anos, que sonha em ser policial federal, conta como salvou o pai de tentativa de assalto

Edson Silva/Folhapress
O estudante Jamison Willy Barbosa, na casa onde mora com o pai; anteontem, o jovem de 19 anos atropelou dois criminosos para salvar o pai
O estudante Jamison Willy Barbosa, na casa onde mora com o pai; anteontem, o jovem de 19 anos atropelou dois criminosos para salvar o pai
DANIELA SANTOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

A atitude do estudante de direito Jamison Willy Barbosa, 19, que atropelou dois criminosos para salvar a vida do seu pai na madrugada de anteontem, na zona norte de Ribeirão Preto, contrasta com sua personalidade calma e olhar tímido.

Tímido, mas decidido. "Eu faria tudo de novo", diz.

O universitário, que recebeu a Folha ontem -um dia depois da tentativa de assalto- fala pouco, é reservado e diz que gosta de estudar.

Seu cotidiano é bastante parecido com o de outros rapazes da mesma idade. Frequenta a academia e, às vezes, joga futebol com os amigos. Quando sai para passear, prefere um barzinho ou mesmo uma festa com os familiares a uma balada.

Mesmo jovem, já traça planos para o futuro: quer seguir carreira na Polícia Federal.

Já o pai, Sebastião Ferreira Barbosa, 48, bem mais comunicativo, é conhecido por andar com muitas correntes no pescoço e várias pulseiras no braço -todas de ouro.

UM FILME NA CABEÇA

O pai, separado, é proprietário de duas pizzarias e vive com os dois filhos (o mais velho tem 22).

Ele e o caçula se dizem "amigos inseparáveis" e relataram à Folha as "coincidências" que levaram o universitário a evitar uma tragédia.

Naquela madrugada, após trabalharem juntos numa das pizzarias, Sebastião e o filho voltavam para casa em carros separados. Sebastião, à frente, seguia com sua Pajero Sport preta. O filho estava num Golf azul-marinho.

No caminho, Jamison resolveu passar na casa de um primo, onde haveria uma festa. Como não havia mais ninguém lá, deu a volta no quarteirão e seguiu para casa.

Sorte de Sebastião. Quando entrou na avenida onde moram, Jamison ouviu um tiro e viu dois homens em uma moto ao lado da camionete do pai. Um deles atirava contra Sebastião, que tentava se esconder atrás da Pajero.

O filho diz que foi como se um filme passasse em sua cabeça. Aumentou a velocidade de 40 km/h para cerca de 70 km/h. Atingiu os assaltantes e a dupla foi lançada a dez metros de distância.

Assim que parou o carro, correu para ver se o pai havia sido baleado. Foi quando viu um terceiro homem fugindo.

Um deles tentou pular muros das casas vizinhas, mas os ferimentos o impediram. Um dos ladrões foi encontrado pela polícia no mesmo dia e confessou o crime, segundo a polícia.

Jamison disse ontem, depois do fato, que não imaginava que pudesse ter essa atitude. "Mas as circunstâncias exigiram que eu atropelasse os bandidos", disse.

O estudante se diz inconformado com a possibilidade de responder por lesão corporal. "Não é justo. Agi para defender o meu pai. Isso caracteriza legítima defesa."

Sebastião Barbosa já foi alvo de bandidos. Há três anos, o comerciante sofreu uma tentativa de assalto e sobreviveu após ser baleado no peito. E era para o filho que o salvou anteontem estar junto. Não estava. Ontem, em casa, o pai afirmou: "Eu faria a mesma coisa por ele".


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