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Ribeirão

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Assassinatos em ataques de 2006 seguem impunes

Dez de 17 mortes tiveram processo arquivado ou ainda não foram julgadas

Maioria dos casos sem resposta envolve civis, mas também há policiais militares e um agente penitenciário

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

Irene Diogo e Maria Aparecida da Silva. Duas mulheres da periferia de Ribeirão Preto que nunca se conheceram, mas que carregam desde 2006 a mesma dor: ver os netos crescerem sem o pai.

Assistir pela TV a onda de ataques a civis e policiais neste ano, para Irene e Maria Aparecida, é como repetir um filme em suas cabeças.

Seis anos atrás, o Estado de São Paulo parou durante uma série de ataques que resultou em rebeliões em presídios, ônibus queimados e pessoas assassinadas.

Juliano Diogo, filho de Irene, e Michel dos Santos, genro de Maria Aparecida, estão entre os 17 mortos na região em 2006, durante as três ondas de ataques atribuídas à facção criminosa PCC.

Além da dor da perda, em comum elas experimentam a sensação de impunidade, já que as mortes dos dois não resultaram nas condenações dos assassinos.

Das 17 mortes contabilizadas pela Folha na região de Ribeirão, dez continuam sem solução, porque os processos foram arquivados ou ainda não foram julgados. Em três casos a reportagem não conseguiu informações.

Os casos sem resposta são principalmente de pessoas comuns, envolvidas ou não com crimes, mas há também nesta lista de não solucionadas as mortes de um agente penitenciário, de um ex-PM e de um policial ambiental.

Arildo Ferreira da Silva, 34, era PM havia 15 anos. Escolheu atuar na área ambiental porque era uma polícia "mais calma" para ele e a família.

Morreu em maio ao deixar a noiva em casa -ele se casaria no fim de 2006. Em fevereiro deste ano, um acusado da morte foi a júri popular, mas foi absolvido. Outra mulher ainda será julgada.

Como nas mortes de 2012, o modo como foram assassinadas as vítimas de 2006 se assemelha: pessoas com capacetes em motos ou carros passam atirando. Ou, como acusam alguns familiares, policiais forjaram confrontos.

PENA LEVE

Mesmo para quem viu o assassino de seu familiar ser condenado, persiste a sensação de injustiça.

Magnólia Taroco é viúva do delegado Adelson Taroco. Ele morreu queimado ao ser enrolado em um colchão durante rebelião na cadeia de Jaboticabal, em maio de 2006.

De 13 acusados, 11 foram condenados -alguns a 16 anos de prisão. Para a viúva, a pena foi leve pela gravidade do crime. "Se meu marido, um policial, morreu daquele jeito, queimado, e eles [condenados] pegaram poucos anos [de prisão], imagino então em crimes mais simples o quanto é baixa a punição."


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