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Ribeirão

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Crimes de hoje repetirão 2006, diz OAB

Ordem dos advogados e movimento Mães de Maio reclamam da baixa elucidação dos casos pela polícia e Justiça

Somente 2% dos homicídios em SP são solucionados, diz OAB, um índice considerado baixo pelo órgão

DE RIBEIRÃO PRETO

Os assassinatos ocorridos na nova onda de ataques neste ano tendem a ficar sem solução, assim como parte das mortes ocorridas em 2006.

A opinião é de Débora Maria da Silva, fundadora do movimento Mães de Maio -nome referente às mortes ocorridas principalmente em maio daquele ano- e também do diretor de Diretos Humanos da OAB estadual, Martim de Almeida Sampaio.

Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública diz que trabalha para solucionar todas as mortes de 2006 (leia texto nesta página).

Silva perdeu o filho mais velho, o gari Edson Rogério Silva dos Santos, 29, em 15 de maio de 2006, em Santos. Ela acusa policiais militares de terem matado o primogênito.

Transformou a sua dor em protesto que ganhou repercussão nacional.

De um grupo de quatro mães da Baixada Santista, hoje são 300 integrantes, cujos filhos morreram, de acordo com elas, pelas mãos de policiais civis e militares.

"O que aconteceu agora [mortes] são os crimes de maio de 2006 que não foram resolvidos", disse. "Tenho certeza de que esses crimes também serão arquivados."

Segundo a entidade, praticamente todos os inquéritos de civis foram arquivados pouco depois dos ataques.

Entre 12 e 21 de maio de 2006, 493 pessoas morreram por arma de fogo no Estado, uma sequência de mortes que ganhou repercussão internacional (leia texto abaixo).

No caso de Silva, em novembro do ano passado, o Tribunal de Justiça condenou o Estado de São Paulo a indenizá-la em R$ 165 mil pela morte do gari -o governo paulista recorreu.

DESCASO

A falta de solução dos crimes transmite uma sensação de descaso e impunidade à sociedade, de acordo com Sampaio, da OAB.

"Para as famílias, fica um profundo sentimento de revolta, impunidade e descrença com o Estado."

Para Sampaio, a principal falha que leva à impunidade é a pouca elucidação de crimes na parte investigativa.

Segundo ele, estatísticas da Polícia Civil apontam que somente em 2% dos homicídios no Estado são encontrados possíveis autores -índice, diz ele, muito baixo. "Não há nenhuma desculpa para justificar esses 2%."

Mais do que investir em equipamentos e na estrutura de investigação policial, o diretor da OAB defende que o governo aposte na mudança de mentalidade das polícias.

"Faz 27 anos que a ditadura acabou, mas alguns setores da polícia, não toda, não estão comprometidas com a democracia", disse. "Ainda persiste em parte uma mentalidade daquela polícia repressora."


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