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Ribeirão

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Miséria afeta 4% dos que têm Bolsa Família

Só em Ribeirão Preto, uma das cidades mais ricas do país, há 1.134 pessoas que ganham menos de R$ 70 por mês

Número pode ser maior, diz governo; Bebedouro e Monte Alto tiveram alta de beneficiários nessa situação

JULIANA COISSI DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETO

No núcleo Vida Nova, uma das favelas mais carentes de Ribeirão Preto, no Jardim Marchesi, um barraco de madeira de apenas um cômodo é o abrigo para Odete Francisca, 51, e três filhos.

As quatro pessoas sobrevivem com R$ 200 que Odete ganha em faxinas, duas vezes por semana, e mais R$ 38 do Bolsa Família. "Para não faltar comida, às vezes fico sem remédio para as pernas. Tenho muita dor", disse.

A renda baixa coloca Odete entre os 1.134 miseráveis de Ribeirão, uma das cidades mais ricas do país e cujo PIB supera o de 13 capitais.

Mesmo com os avanços em programas sociais como o Bolsa Família, ainda há em toda a região 7.136 pessoas na faixa da miserabilidade. São indivíduos que, dividindo a renda da casa e incluindo o Bolsa Família, vivem com menos de R$ 70 por mês.

Os 7.136 miseráveis concentram-se nas 20 cidades mais populosas da região, segundo dados do plano "Brasil sem Miséria", do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

Eles equivalem a 4% dos 62,2 mil beneficiários do Bolsa Família. A partir de março, receberão verba extra para superar os R$ 70 per capita.

Mas, segundo o próprio governo, o número de miseráveis nas cidades é ainda maior. Moradores de rua e catadores de papelão estão entre os "miseráveis invisíveis", como disse a presidente Dilma Rousseff, ao anunciar na última semana mais R$ 773,7 milhões ao Bolsa Família.

Muitas sem lar fixo, essas pessoas nunca entraram em listas oficiais da prefeitura para receber subsídios.

Prefeituras ouvidas pela Folha, como de Ribeirão e Franca, disseram que ampliaram as visitas de assistentes sociais às casas de famílias com maior vulnerabilidade.

"Mas muitas vezes não há ninguém ou o usuário é chamado à prefeitura para se cadastrar e não comparece", diz Gisele Costa, da área da Assistência Social de Ribeirão.

MAIS POBRES

Ao contrário das demais cidades, onde nos últimos três anos caiu o número de pessoas na miséria, Bebedouro e Monte Alto registraram alta de pessoas nessa faixa.

Para a assistente social Leila Freitas, de Monte Alto, são casos de trabalhadores rurais -como colhedores de laranja- que na entressafra ficam sem emprego. A justificativa é a mesma de Bebedouro.

Segundo a secretária-adjunta de renda e cidadania do MDS, Letícia Bartholo, um dos maiores desafios das prefeituras para "encontrar" os miseráveis que vivem na zona rural está na dificuldade de deslocamento. Já nas cidades, áreas mais violentas podem ser empecilho para chegar aos mais carentes.


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