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Sucesso na aplicação do genoma se avoluma, diz pesquisador

Diretor de instituto dos EUA fala dos dez anos da conclusão do genoma

DO "NEW YORK TIMES"

Oito anos de trabalho, milhares de pesquisadores do mundo todo, bilhões de dólares gastos --e, finalmente, estava pronto.

No dia 14 de abril de 2003, há dez anos, cientistas anunciaram que haviam terminado o Projeto Genoma Humano, compilando uma lista de 3 bilhões de letras químicas do DNA humano.

O primeiro anúncio dando conta da decifração do genoma foi em junho de 2000, quando cerca de 97% do DNA havia sido "lido".

Para Eric Green, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano dos EUA, depois de um certo ceticismo inicial, as conquistas decorrentes do trabalho têm ficado mais claras nos últimos três anos.

De quem era o genoma que foi sequenciado? Por que alguém gostaria de conhecer a sequência genética de uma pessoa aleatória? Não somos todos singulares?
Eric Green - A ideia não era sequenciar o genoma de uma pessoa, mas ter um hipotético, uma referência para representar a humanidade.

Por que ele era hipotético?
Da forma como foi feito há dez anos, estávamos lendo as letras do genoma uma página de cada vez, e diferentes páginas vieram de diferentes pessoas. Cada página era uma sequência de DNA com cerca de 100 mil bases, em um total de 3 bilhões de letras químicas. O genoma de uma pessoa, um doador anônimo em Buffalo (EUA), respondeu pela maior parte disso, porque o especialista em criar a grande biblioteca de DNA era do Instituto de Câncer Roswell Park, que fica em Buffalo.

Como usar um genoma feito de pedaços de DNA de várias pessoas?
As diferenças de uma pessoa para outra estão só em cerca de mil bases [letras químicas do DNA], então o genoma de referência é 99,9% idêntico ao de qualquer pessoa. Usamos essa ferramenta para construir uma espécie de mapa rodoviário.
É como num GPS. É bom ter o mapa da estrada, mas você quer mesmo saber onde é o shopping, o posto de gasolina, o restaurante. Queremos saber onde estão os genes, as partes do genoma que codificam as proteínas. Em que regiões do genoma costuma haver variações? Quais são os genes ligados a doenças?

O que dizer a quem cobrava cura imediata para doenças?
Quando me tornei diretor do Instituto de Pesquisas do Genoma, há três anos e meio, era rotina escutar: "Vocês estão nisso há sete anos. Onde estão os sucessos?".
Não escuto mais isso. O que está acontecendo, em especial nos últimos três anos, é se avolumarem as histórias de sucesso.
Agora estamos compreendendo o câncer e as doenças genéticas raras. Podemos tirar sangue de uma grávida e analisar o DNA de um feto.
Temos formas mais precisas de receitar remédios e podemos usar DNA microbiano para rastrear surtos de doença em questão de horas. É um campo vasto de conquistas.


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