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Médica liderou definições de tratamento
DE SÃO PAULOHá três décadas à frente do Centro Infantil Boldrini, de Campinas (SP), a médica Silvia Regina Brandalise, laureada na categoria Personalidade em Destaque do Prêmio Octavio Frias de Oliveira, viu nesse período as chances de cura de alguns tipos de câncer da criança pular de menos de 5% para até 80%.
"O câncer sempre foi tema de adultos. A oportunidade de montar um hospital pediátrico foi importante para mudar o curso da doença."
Mas, para ela, ainda é preciso investir mais na capacitação dos profissionais de saúde para o diagnóstico precoce dos tumores infantis.
"O câncer da criança tem uma evolução muito mais rápida do que o do adulto. Mas responde rapidamente à quimioterapia. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura", afirma Silvia.
Desde 1978, a médica esteve na liderança dos principais protocolos que definiram os tratamentos da leucemia linfoide, o tipo de câncer infantil mais frequente.
Ela coordena o Serviço de Hematologia-Oncologia Pediátrica da Unicamp e já presidiu as sociedades brasileira e latino-americana da área.
Outro desafio, segundo a médica, é a compreensão dos fatores ambientais relacionados ao câncer, como o uso de pesticidas e hormônios.
"A exposição ao benzeno está associada à leucemia do lactente e a tumores cerebrais. O impacto é antes, durante e depois da gestação."
O Boldrini faz parte um projeto internacional que mapeia os fatores de risco para o câncer infantil. O centro vai acompanhar 100 mil crianças nascidas na região, desde o pré-natal até os 18 anos.