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Saúde + Ciência

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Grupo pretende criar novo supervírus para estudar gripe aviária

Biólogo que sofreu censura quer investigar patógeno H7N9, que já matou 43 chineses

DE SÃO PAULO

Um grupo de 24 cientistas anunciou ontem a intenção de conduzir um experimento que pode criar um supervírus de gripe do tipo H7N9. Apesar de apresentar certo risco de segurança, um estudo de manipulação genética é necessário aos planos de prevenção contra uma eventual pandemia, dizem os biólogos.

Em carta publicada na revista "Science", o grupo --liderado por Ron Fouchier, do Centro Médico Erasmus, de Roterdã, e Yoshihiro Kawaoka, da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA)-- lista características do vírus que o tornam preocupante.

O H7N9, que surgiu na China em março após saltar de aves para humanos, matou 43 pessoas e infectou mais 91.

Apesar de existir apenas um caso confirmado de transmissão de pessoa para pessoa, o vírus preocupa, pois se adapta bem ao organismo humano quando consegue penetrá-lo. O patógeno, além disso, apresentou resistência a antivirais nos pacientes tratados na China e parece ser assintomático em aves, o que acelera sua disseminação.

O teste proposto agora busca avaliar o risco de uma mutação natural tornar o vírus um organismo capaz de gerar uma pandemia humana.

"É crítico realizar experimentos que podem resultar em ganho de função [do vírus] para levantar informações que podem ajudar em atividades de vigilância", escreveram os biólogos.

Em 2011, Fouchier sofreu censura nos EUA e na Holanda ao tentar publicar estudo similar. Ele tinha criado uma versão turbinada do H5N1 --outro vírus de gripe-- para entender o risco de uma mutação natural fortalecê-lo. Os governos demoraram a liberar a publicação do trabalho com receio de ajudar terroristas a criar armas biológicas.

O Departamento de Saúde dos EUA criou novos critérios para avaliar pedidos de liberação de experimentos, e deve analisar a nova proposta de Fouchier e Kawaoka.


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