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Satélite Kepler, da Nasa, pifa e para de caçar planetas

Lançada em 2009, a espaçonave descobriu 135 planetas fora do Sistema Solar e cerca de 3.500 candidatos

SALVADOR NOGUEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os dias de caçador de planetas para o satélite Kepler acabaram. A Nasa informou ontem que falharam as tentativas de recolocar a espaçonave em operação.

O Kepler descobria planetas fora do Sistema Solar ao observar reduções no brilho de outras estrelas, indicativas de que havia um objeto menor orbitando à sua frente.

Para isso, ele precisava de um nível de apontamento de alta precisão, obtido pelo funcionamento de quatro giroscópios --dispositivos de controle da orientação da nave.

Os problemas começaram em julho de 2012, quando um desses giroscópios pifou. Mas a espaçonave ainda poderia funcionar normalmente.

As coisas se complicaram mesmo em maio deste ano, quando um segundo giroscópio também falhou.

A análise das falhas levou ao desenvolvimento de métodos que pudessem reavivar ao menos um dos dois giroscópios quebrados. Os esforços até resultaram em movimento nos dispositivos defeituosos, mas com um nível de fricção que impedia o apontamento preciso.

Resultado: o anúncio de ontem. "É uma perda muito grande", diz Cassio Leandro Barbosa, astrônomo da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em São José dos Campos (SP). "Telescópios em solo não terão a precisão para detectar planetas do tamanho da Terra como o Kepler estava fazendo."

Embora a falha deixe um gosto amargo na boca dos cientistas, o resultado da missão é fantástico. São 135 exoplanetas achados e cerca de 3.500 candidatos, dos quais 90% devem ser confirmados.

"No começo de nossa missão, ninguém sabia se planetas do tamanho da Terra eram abundantes na galáxia", afirma William Borucki, cientista-chefe da missão. "Agora, os dados que temos guardam a resposta à pergunta que inspirou a missão: Terras na zona habitável de estrelas como o Sol são comuns ou raras?"

Como ainda há muita garimpagem a fazer nas informações brutas da sonda, os pesquisadores apostam que ainda teremos muitas descobertas do Kepler pela frente.


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