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Rede pública terá teste de HIV pela saliva

Exame será realizado por 40 ONGs capacitadas pelo governo a partir de março de 2014

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde informou ontem que vai incluir na rede pública de saúde um teste de diagnóstico do vírus HIV por meio de fluidos orais (retirados da gengiva e da mucosa da bochecha).

Trata-se de um novo tipo de teste de diagnóstico rápido --o resultado sai em 30 minutos -- e funciona como uma forma de triagem, precisando de uma confirmação posterior com outros testes de HIV. O novo exame se soma ao que já é oferecido na rede pública e depende de um furo no dedo.

Outra diferença do teste por fluidos orais é que ele dispensa a presença de um profissional de saúde.

A partir de março, o novo teste será usado por 40 ONGs capacitadas pelo Ministério da Saúde, com foco nas populações mais vulneráveis ao HIV: gays, profissionais do sexo, usuários de droga, moradores de rua, presos e travestis e transexuais.

Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, a nova tecnologia é um autoexame, semelhante a um teste rápido de gravidez, que vai ser usado pelas ONGs que já desenvolvem um trabalho com o público-alvo. As primeiras testagens serão acompanhadas pelo ministério, diz.

A previsão da Saúde é que, a partir do segundo semestre, o teste por saliva desenvolvido pela Fiocruz seja ofertado pelas farmácias da rede pública e a quem quiser. Farmácia privadas poderão vender testes semelhantes.

ATENDIMENTO

A nova tecnologia levanta dúvidas em parte do movimento social que atua no combate à Aids, particularmente com relação à demora na recepção, no serviço de saúde, das pessoas com teste positivo.

"Precisa estar muito certo como vai ser o encaminhamento da pessoa com resultado positivo. Tem Estado que demora meses para a primeira consulta", diz José Hélio Costalunga, que representa as pessoas vivendo com HIV/Aids na CAMS (Comissão Nacional de Articulação com Movimentos Sociais).

Costalunga diz que não há consenso sobre o tema dentro do movimento social. "Não digo que não pode fazer. Mas é um problema de direitos humanos, a pessoa pode não ter consulta marcada para 30, 45, 60 ou 90 dias."

MAIS UMA OPÇÃO

O Ministério da Saúde diz que o novo teste é apenas mais uma opção. "A pessoa que quer receber o aconselhamento [mais aprofundado] tem o direito e pode ir ao centro de saúde. Mas quem quer fazer em casa tem o direito", afirma Barbosa.

De acordo com o ministério, os testes ofertados nas farmácias trarão uma bula com informações sobre o teste e orientações caso o resultado dê positivo. Haverá, inclusive, um número de telefone para onde ligar em caso de dúvidas.

Em 2009, o ministério emitiu um alerta sobre testes rápidos que eram realizados por ONGs no Brasil, dizendo que não havia protocolos nacionais sobre essa forma de diagnóstico. Barbosa diz que, à época, havia dúvidas sobre a qualidade dos resultados, receio que foi afastado.

Em portaria publicada nesta quarta, o ministério atualiza os testes de diagnóstico do HIV. Incluiu, além do exame por fluidos orais, um teste mais rápido para a confirmação do primeiro exame positivo para o HIV.


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