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Mamografia em 3D melhora detecção de câncer, diz estudo

Novo exame é mais preciso e eficaz para diagnosticar tumores de mama agressivos e evitar falsos-positivos

Procedimento é mais caro e pouco acessível no país e tem sido usado para complementar a mamografia 'normal'

DO "NEW YORK TIMES" DE SÃO PAULO

Um novo exame chamado tomossíntese, mas mais conhecido como mamografia em 3D, pode aumentar a taxa de detecção de câncer de mama e reduzir os alarmes falsos, segundo um estudo publicado nesta semana.

A tomossíntese foi aprovada há cerca de três anos no Brasil e nos EUA. O exame é similar à mamografia convencional, mas a diferença está na obtenção e na qualidade da imagem. Enquanto a mamografia comum é plana, sua versão 3D tira "fotos" de diferentes ângulos e cria uma imagem tridimensional.

Mais caro e ainda pouco acessível--existem por volta de dez aparelhos no Brasil--, o exame tem sido usado principalmente para complementar a mamografia convencional em casos de dúvidas. Também é indicado para mamas mais densas, comuns em mulheres jovens.

No hospital Albert Einstein, o exame já é usado no serviço de check-up.

Os resultados do novo estudo, publicado na revista médica "Journal of the American Medical Association", mostram que a mamografia em 3D é promissora, mas especialistas lembram que o exame está há pouco tempo no mercado e é cedo para dizer se ele pode reduzir o número de mortes por câncer.

Os autores revisaram cerca de 450 mil exames feitos em 13 centros nos EUA: 280 mil mamografias e 170 mil combinações de mamografia e tomossíntese.

A mamografia em 3D aumentou a taxa de detecção de câncer --de 4,2 casos em cada 1.000 exames para 5,4. O exame foi melhor na detecção de tumores invasivos e mais agressivos e, o mais importante, não aumentou a taxa de diagnóstico de carcinomas in situ (lesões que têm menos risco de progredir).

A adição da tomossíntese reduziu ainda o número de "recalls", ou seja, novos exames para confirmar algum achado suspeito, o que pode causar bastante ansiedade e angústia. No grupo da mamografia, 107 mulheres em cada 1.000 foram chamadas novamente. Com a tomossíntese, esse número foi de 91.

A tomossíntese, por outro lado, gerou mais biópsias, mas elas tendiam a ser positivas, o que mostra a precisão do exame.

RESSALVAS

Nos últimos anos, tem crescido o debate sobre os benefícios e as desvantagens do rastreio do câncer de mama com a mamografia. Estudos recentes apontaram que o exame salva poucas vidas e leva a muitos exames desnecessários posteriores por causa dos falsos-positivos.

A tomossíntese, porém, ainda não deve tomar o lugar da mamografia tão cedo.

Alfredo Barros, mastologista do Hospital Sírio-Libanês, diz que o exame tem várias vantagens, como mostra o estudo, mas lembra que o aparelho de tomossíntese custa duas vezes mais que o de mamografia e nem todos os convênios reembolsam o exame.

Além disso, a carga de radiação é maior --ainda que isso seja compensado pela redução de outros exames para confirmar uma suspeita.

Com o barateamento do exame e o desenvolvimento de novos aparelhos que emitam menos radiação, porém, a mamografia em 3D poderá ser uma ferramenta útil para o rastreio de câncer de mama.


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