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SUS terá droga 'três em um' contra HIV

Compridos que combinam dois ou três medicamentos em um aumentam a chance de o paciente seguir o tratamento

As duas novas formulações e outros 18 produtos serão fabricados no país por meio de parcerias

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

A partir do ano que vem, a rede pública de saúde vai passar a oferecer duas novas formulações contra a Aids.

São os chamados três em um e dois em um, comprimidos que reúnem três ou dois remédios já ofertados separadamente no país. A vantagem é reduzir o número de comprimidos tomados pelos pacientes e aumentar a adesão ao tratamento.

A oferta dessas fórmulas foi anunciada ontem pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde). Esses e outros 18 produtos passarão a ser produzidos no país por meio de transferência de tecnologia.

Dos 18, quatro são novidade para o SUS: o fator 8 recombinante (contra hemofilia), o rituximabe contra artrite reumatoide e as vacinas contra a hepatite A e a catapora (incluída na tetraviral).

Com as transferências de tecnologia para 12 laboratórios públicos, o Ministério da Saúde afirma que vai economizar R$ 940 milhões ao ano.

Segundo Sérgio Frangioni, presidente da empresa que produz as duas fórmulas contra a Aids, a intenção do governo é oferecer os comprimidos a cerca de 100 mil dos 250 mil pacientes em tratamento.

Apesar do anúncio, as drogas estão em processo de registro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) -passo necessário para o uso do remédio no país.

A previsão é um custo de R$ 100 milhões no primeiro ano de compra -pelo acordo, o governo compra o remédio do laboratório por pelo menos cinco anos, até passar a ter produção própria.

ATRASOS

O ministro Padilha afirmou que o público-alvo das duas fórmulas contra o HIV será anunciado em dezembro e que os remédios serão oferecidos no início de 2013.

"A grande mudança é simplificar para o paciente. Essa é a nova fronteira do tratamento contra a Aids."

O infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, classifica como fundamental o aumento da adesão ao tratamento pela reunião dos medicamentos em um comprimido.

Mas o médico critica a demora para a incorporação dos remédios, que, segundo ele, estão disponíveis em fórmulas semelhantes no mundo há cerca de cinco anos.

"O Brasil, infelizmente, está ficando um pouco para trás. O programa de Aids tem grandes méritos, mas tem demorado para incorporar os novos avanços", disse ele.

Outros países, diz Timerman, estão com medicamentos mais modernos, com até quatro substâncias.

Na semana passada, o ministério anunciou a incorporação do maraviroque, um antirretroviral usado por pacientes que não tiveram sucesso com outros remédios.

E, em agosto, a pasta anunciou que iria antecipar o início do tratamento contra a Aids, oferecendo medicamentos a pessoas com o sistema imune menos prejudicado.


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