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Ciência dos EUA pode perder até US$ 50 bilhões em verba federal

Novo orçamento será votado no Congresso até o fim deste ano

RAFAEL GARCIA EM WASHINGTON

Barack Obama foi o candidato preferido dos cientistas na eleição dos EUA e quase não ouviu críticas da comunidade de pesquisa na campanha. Antes mesmo do segundo mandato, porém, o presidente já sofre pressão para evitar uma catástrofe: cortes de US$ 50 bilhões no orçamento federal de ciência.

A redução, uma queda de 17,2%, é a que os recursos de pesquisas não militares devem sofrer nos próximos cinco anos caso os cortes necessários para equilibrar as contas do governo poupem a pesquisa na área de defesa.

Atingindo o país que detém um quinto da produção científica do mundo, o valor do corte seria cerca de cinco vezes o do acelerador de partículas gigante LHC.

Essa estimativa de redução saiu de uma análise da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência).

O melhor cenário -no qual o orçamento de pesquisa militar e civil seria compensado por cortes em outras áreas- manteria os níveis de gastos equivalentes aos de 2012.

"Ainda resta algum interesse de certos grupos, sobretudo na Câmara dos Representantes [controlada pelo Partido Republicano], em proteger o lado da defesa na equação", afirma Matt Hourihan, autor do relatório da AAAS sobre a situação.

Obama, cuja candidatura recebeu o apoio de 68 cientistas vencedores do Nobel, deve sofrer imensa pressão agora para usar todas as suas cartas na tentativa de evitar o pior no corte. Os números no primeiro ano do período de contingenciamento devem ser negociados no Congresso dos EUA até o fim do ano.

Com uma redução da verba americana, seria natural que cientistas em países em desenvolvimento passassem a se preocupar. Há dinheiro dos EUA em quase todos os megaprojetos internacionais de pesquisa básica.

No Brasil, porém, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, diz não estar preocupado.

"Já estamos distantes do ponto em que a colaboração com os EUA fazia diferença", diz. Para ele, uma queda no investimento americano pode ter até o efeito contrário, porque a comunidade acadêmica passaria a ter uma "capacidade ociosa" e buscaria ajuda para preenchê-la. "Isso traria mais oportunidades de parcerias para o Brasil."


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