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Análise

Dura com a dissidência, China tolera os hackers

Fama de ser um centro de hackers prejudica empresas no exterior

FABIANO MAISONNAVE DE SÃO PAULO

O campo minado em que se transformou a internet chinesa faz parte de duas grandes prioridades de Pequim: vigiar e punir dissidentes e obter informações de empresas estrangeiras em benefício das concorrentes locais.

Em ambos os casos, os resultados vêm tendo algum sucesso. O regime comunista não está com a hegemonia a perigo, e alguns setores industriais avançam graças à apropriação indevida de tecnologia -caso de trens-bala e turbinas de energia eólica.

A censura na web tem sido cada vez mais implacável devido ao temor do governo de surgirem protestos inspirados na Primavera Árabe.

Nesta semana, a Apple -que aparentemente não vê problemas em obedecer ao controle- retirou de sua loja virtual o aplicativo Jingdian Shucheng por vender livros de Wang Lixiong banidos no país. Um deles é um romance que prevê o fim do regime.

Mas a mão pesada do governo tem limitações.

A China não consegue controlar como gostaria a circulação de informação. O maior exemplo disso é o Weibo, a versão local do Twitter, bloqueado no país.

Ali, cerca de 46 milhões de microblogueiros conseguem espalhar rapidamente informações embaraçosas para o governo, muitas vezes produzidas pela imprensa internacional e traduzidas para o mandarim. Quando a censura completa a faxina, milhares, talvez milhões, já leram e passaram dados adiante.

Um efeito colateral importante dos controles é que a internet chinesa fica extremamente lenta, principalmente para acessar sites estrangeiros, mesmo que não estejam bloqueados. Num mundo interconectado, trata-se de um enorme empecilho para empresas e universidades.

Já a fama de o país ser um centro de hackers tem prejudicado empresas chinesas no exterior. O caso mais notório é o das companhias de telecomunicação Huawei e da ZTE. No ano passado, um relatório do Congresso norte-americano concluiu que ambas eram uma ameaça à segurança nacional e desaconselhou o uso de seus equipamentos no país.

Em março, a operadora americana Sprint informou que não usará nada da Huawei e que trocará equipamentos da fabricante usados por sua subsidiária Clearwire.

Segundo definiu o presidente do conselho do Google, Eric Schmidt, a China é "o mais ativo e motivado filtrador de informação do mundo" e o "mais sofisticado e profícuo" hacker de empresas estrangeiras.


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