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Outras investigações levaram à identidade real de espião chinês
COLABORAÇÃO PARA A FOLHAO trabalho de Jeffrey Knockel, da Universidade do Novo México (EUA), não está isolado ao contar segredos cibernéticos do governo chinês.
Joe Stewart, 47, chefe da divisão de segurança da Dell, e o hacker indiano Cyb3rSleuth, 33 -que não revela sua identidade-, nunca se conheceram, mas têm algo em comum: o trabalho de um ajudou o outro a desvendar a identidade de um espião.
A função de Stewart é analisar vírus do mundo todo e prevenir clientes. Fazendo isso, ele percebeu que sites que concentravam envio de malware chinês eram registrados com o mesmo e-mail.
A partir do trabalho de Stewart, Cyb3rSleuth passou a investigar por conta própria. Ligando informações esparsas, chegou a uma identidade real: Zhang Changhe, professor de uma universidade militar de ciência da computação, na qual, suspeita-se, o governo treina hackers.
"Agentes independentes não têm as fontes, a infraestrutura e a proteção que governos têm", diz o hacker indiano, por e-mail. "Se o governo chinês fosse sério, teria aberto uma investigação contra Zhang Changhe."
"Os agentes da China têm acesso a mais infraestrutura", diz Stewart. Ele afirma, no entanto, que isso não prova envolvimento do governo.
Em fevereiro, relatório da empresa de segurança Mandiant afirmou que a duração e a escala dos ataques praticamente descarta a hipótese de o governo não participar.
Após a publicação, agentes chineses tiraram informações pessoais da web. Os ataques, por sua vez, diminuíram, informou à Folha a Mandiant.