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EUA tentam atrair jovens defensores

DO “NEW YORK TIMES”

Quando estava na oitava série, Arlan Jaska criou um script simples que ligava e desligava a tecla Caps Lock de seu teclado 6.000 vezes por minuto. A brincadeira perdeu a graça quando ele instalou o script em todos os micros da escola. "Chamaram meus pais e disseram que eu era hacker", diz Jaska.

Hoje com 17 anos, Jaska é exatamente o tipo de jovem que o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos deseja.

Janet Napolitano, a secretária de Segurança Interna, sabe que tem um problema que só vai se agravar. Invasores estrangeiros vêm atacando os sistemas de computadores de sua agência e tentando obter segredos comerciais.

Por isso, Napolitano precisa de hackers -600 deles, estima a agência.

No Departamento de Segurança, a ênfase é impedir a ação de quem ataca, ou seja, jogar na defesa.

Um caminho, então, é começar a atrair pessoas capacitadas quando bem jovens e fazer do processo um jogo ou um concurso.

Neste mês, Jaska e Collin Berman, 18, seu colega de escola, foram os vencedores no Virginia Governor's Cup Cyber Challenge, um torneio para hackers juvenis criado por Alan Paller, especialista em segurança da computação.

Já que inclui exercícios militares, como o NetWars, o torneio leva um certo jeito de videogame. Paller ajudou a criar o evento, o primeiro de uma série, justamente com o objetivo de auxiliar o Departamento de Segurança Interna. Ele compara a necessidade de hackers da agência à escassez de pilotos de caça treinados no começo da Segunda Guerra Mundial.

E não é coincidência que a ideia de usar concursos tenha surgido, ao menos parcialmente, na China, cujo exército organiza torneios no segundo trimestre de cada ano para identificar sua próxima geração de guerreiros virtuais.

"Não temos um programa como esse nos Estados Unidos", diz Paller. "Ninguém ensina essas coisas na escola. Se não resolvermos esse problema, teremos dificuldades."

Cerca de 700 alunos de 110 escolas da Virgínia se inscreveram, mas apenas 40, entre os quais Jaska e Berman, se qualificaram.

Os estudantes tiveram de passar pelo mesmo teste, em cinco níveis, que as Forças Armadas norte-americanas empregam para avaliar seus especialistas.

Depois de algumas horas, os vencedores foram anunciados. Um terço dos estudantes tinha chegado ao nível três -que o contra-almirante Gib Godwin, presidente da comissão organizadora da competição, diz que em geral requer de 7 a 10 anos de experiência. Arlan Jaska venceu e ganhou uma bolsa de estudos de US$ 5.000. Collin Berman chegou em terceiro e levou US$ 1.500.

No terceiro trimestre deste ano, Jaska quer um estágio na Northrop Grumman. Mas Napolitano deve se alegrar ao saber que Berman está pensando em estagiar no Departamento de Segurança Interna.

Ela, porém, ainda terá de se esforçar para convencer os jovens. Perguntados sobre o emprego dos sonhos, os dois disseram que preferiam o setor privado.


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